Associação da Abin diz que notebook da agência apreendido em operação da PF estava com servidora
Investigação apura suposto sistema ilegal de espionagem implantado na Abin
A defesa da Intelis, associação de servidores da Agência Nacional de Inteligência (Abin), disse em nota que o notebook apreendido em operação da Polícia Federal estava na casa de uma servidora do órgão. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão na manhã desta segunda-feira para apurar um suposto monitoramento ilegal feito pela Abin durante o governo de Jair Bolsonaro.
“A operação tinha como alvo outra pessoa e em nada se relaciona com trabalho desempenhado pela servidora. A defesa condena os vazamentos, principalmente porque no caso da servidora, podemos afirmar imperativamente que ela não era alvo do mandado e a apreensão de bens foi ilegal”, diz a nota assinada pelo advogado Bernardo Fenelon, que defende a Intelis.
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Integrantes da PF relataram que o equipamento da Abin foi recolhido pelos policiais na residência de Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do exército que foi cedido para a agência na gestão de Alexandre Ramagem. Rodrigues é casado com uma servidora da Abin.
A PF cumpriu nove mandados de busca e apreensão na manhã desta segunda-feira. O vereador Carlos Bolsonaro, filho “02” do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi um dos alvos da ação.
A investigação apura indícios de uma suposta rede de espionagem ilegal na Abin.
Reportagem do Globo, publicada em março do ano passado, mostrou que a Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de pessoas pré-determinados por meio dos aparelhos celulares durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Após a reportagem, publicada em março, a PF abriu um inquérito e identificou que a ferramenta foi utilizada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo
Um dos mandados cumpridos contra a suposta espionagem ilegal na Abin foi na casa de Angra dos Reis, na Costa Verde, onde a família Bolsonaro se reuniu no fim de semana para realizar uma live.
Carlos, seus irmãos Flávio e Eduardo, além de Jair Bolsonaro não estavam na residência quando a PF chegou. Eles haviam saído do local de barco.
Segundo a colunista Bela Megale, a corporação apreendeu o celular de Carlos Bolsonaro e três computadores, sendo que um deles tem como usuário Tércio Arnaud, apontado por investigações como integrante do chamado 'gabinete do ódio' do governo Bolsonaro.