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Ataque hacker paralisa STJ, e PF investiga criptografia de processos

Ministros e servidores do tribunal estão há 48 horas sem acesso a processos digitalizados, emails e outros sistemas internos

STJSTJ - Foto: Marcello Casal Jr/ABR

Ministros e servidores do STJ (Superior Tribunal de Justiça) estão há 48 horas sem acesso a processos digitalizados, e-mails e outros sistemas internos, após a rede interna da Corte sair do ar na tarde da terça-feira (3). O tribunal afirma ter sido alvo de invasão hacker.

Acionada pelo STJ para investigar o caso, a Polícia Federal avalia a extensão dos danos. Peritos apuram se os responsáveis pela invasão criptografaram informações processuais e administrativas, o que dificultaria a recuperação de dados.

Há relatos nesta quinta de ataques cibernéticos também contra o Ministério da Saúde e contra o GDF (Governo do Distrito Federal), mas ainda sem confirmação por órgãos de investigação.

Dos backups mantidos pelo STJ, há informações preliminares de que um armazenado na nuvem foi comprometido. Avalia-se se houve prejuízo à versão mantida em fita.

A rede interna da Corte saiu do ar pouco depois das 15h da terça (3), momento em que as turmas do tribunal realizavam as corriqueiras sessões de julgamento.

As atividades do STJ estão suspensas pelo menos até segunda-feira (9). Funciona apenas em regime de plantão. Os prazos processuais estão suspensos até lá.

Neste período, apenas o presidente da corte está atuando em regime de plantão e as petições estão sendo enviadas por e-mail.

Ao deixar nesta quinta-feira a Câmara dos Deputados, onde participou da entrega de anteprojeto de uso de dados pessoais para investigações, o ministro do STJ Nefi Cordeiro confirmou falou sobre a interrupção dos trabalhos desde terça-feira.

"Enquanto se investiga qual é a extensão desse ataque e quais foram os prejuízos causados, o STJ está trabalhando com a Policia Federal, com órgãos de inteligência, para descobrir, responsabilizar os autores e retornar aos trabalhos", disse Cordeiro. "O presidente [do STJ], Humberto Martins, pode detalhar isso."

Questionada sobre o nível de acesso a que o hacker teve ao sistema e se corre risco de ter quebrado sigilo de processos judiciais, a assessoria do STJ afirmou que só poderia informar o que está nas notas oficiais emitidas pelo tribunal até o momento.

Nos textos, a corte afirma que foi detectada a invasão na última terça-feira (3) e que o presidente Humberto Martins está acompanhando o trabalho da PF sobre o caso.

No Ministério da Saúde, servidores afirmam que não conseguem acessar aos sistemas internos da pasta desde o início da manhã desta quinta (5). Em nota, a pasta informa que a equipe técnica do Departamento de Informática do SUS investiga o que causou problema "e trabalha para o restabelecimento do serviço, mas não há previsão para o retorno do sistema".

Segundo servidores ouvidos pela reportagem, uma das suspeitas em investigação é que tenha havido um ataque hacker. Questionado, o ministério não confirma e diz apenas que as causas estão em análise. Mais cedo, o Datasus enviou uma mensagem a funcionários em que cita que um "problema técnico está impedindo o acesso às máquinas do Ministério da Saúde". "A equipe de manutenção está trabalhando, com a maior agilidade possível, para solucionar o incidente. Preventivamente, o Datasus desativou as redes e o acesso à VPN", diz a mensagem.

Na prática, funcionários ficaram sem acesso a internet, linhas de telefone fixo e e-mails corporativos. Alguns estão sendo liberados.

Segundo a pasta, serviços externos voltados à população, como o ConecteSUS, não foram afetados. Até às 15h, a situação ainda não havia sido normalizada.

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