Ataques a Moraes: em depoimento, ministro do STF diz que agressores o acusaram de fraudar urnas
À Polícia Federal, magistrado contou ter sido xingado de "comunista", "bandido" e "comprado" no aeroporto internacional de Roma
Em depoimento à Polícia Federal, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou ter sido acusado de fraudar as urnas eletrônicas e roubado as eleições por uma família, no aeroporto internacional de Roma, na Itália, há cerca de dez dias. Durante a confusão, o magistrado relatou aos investigadores também ter sido xingado de “comunista”, “bandido” e “comprado”.
Moraes, sua mulher e seus filhos compareceram, nesta segunda-feira, a Superintendência da PF em São Paulo. Na delegacia, eles confirmaram terem sido vítimas de agressões e ofensas por parte do empresário Roberto Mantovani Filho, de sua mulher, Andreia Munarão, e do genro do casal, Alex Zanatta. Eles são investigados por calúnia, injúria, desacato e perseguição, mas negam todos os crimes.
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À PF, Moraes contou estar fazendo o credenciamento para entrar na sala VIP do aeroporto quando foi abordado por Munarão, que o xingou e passou a gravá-lo e gritar para seus filhos que ele havia “fraudado as urnas e roubado as eleições”. Avisada pelos três filhos do ministro que, se não parasse, seria gravada e processada, a mulher teria chamado Mantovani.
Neste momento, segundo Moraes, o empresário teria avançado contra um de seus filhos, ofendendo-o de “filho de bandido, comunista, ladrão” e afirmando: “Seu pai fraudou as eleições”. Quando o jovem pegou o celular para gravar, Mantovani teria dado num tapa em seu rosto que fez com que seus óculos saíssem do lugar. Ele teria sido contido por um estrangeiro, conforme contou em depoimento.
Também na delegacia, Moraes afirmou que, após a agressão, o grupo teria ido embora, mas retornado minutos depois novamente para gravá-lo e sua família, novamente proferindo ofensas. O magistrado relatou ter dito que aquela era a segunda vez que os parentes o insultavam e avisou que tiraria fotos para identificá-los no Brasil, onde seriam processados.
Ainda no depoimento, o ministro contou que Mantovani, Munarão e Zanatta continuaram a lhe ofender, dizendo que ele havia fraudado as urnas e que era um bandido. O ministro disse que tirou fotos e então se retirou do local com o filho. Ele reiterou que as imagens comprovarão a dinâmica relatada aos policiais.