Ataques golpistas foram arquitetados pelo "responsável maior por toda a pregação de ódio", diz Lula
Presidente afirmou que quem governou o país até 31 de dezembro deve ser esquecido, mas que não se pode esquecer as invasões às sedes dos Três Poderes
Sem citar diretamente o Jair Bolsonaro (PL), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, nesta quarta-feira (8), durante encontro com o Conselho Político da Coalização, no Palácio do Planalto, que os ataques golpistas do dia 8 de janeiro foram planejados pelo ex-presidente.
Segundo o petista, os atos foram “arquitetados pelo responsável maior de toda pregação do ódio, da indústria de mentiras e de notícias falsas que aconteceu neste país nos últimos quatro anos”.
Lula disse que “quem governou o país até 31 de dezembro” deve ser esquecido, mas afirmou que não se pode esquecer as invasões e o vandalismo às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
“Uma tentativa de golpe que, possivelmente, poderia ter sido organizada para o dia 1º [de janeiro] e que não foi por causa da quantidade de gente que tinha em Brasília”, disse o presidente.
Para Lula, o discurso golpista nasceu já com as eleições de 2018, quando o Brasil ainda não tinha tido a experiência da indústria de fake news.
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Ao abrir o encontro, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o período em que o governo federal queria “fuzilar a oposição”, em referência à postura de Bolsonaro, acabou. Concordando com Padilha, Lula observou que os Poderes precisam conviver de forma democrática na adversidade.
“Queremos restabelecer a relação mais civilizada possível com o Congresso Nacional. Temos que entender que o Congresso não é inimigo do governo. […] A gente não tem que ficar protelando as soluções”, acrescentou o presidente.