Autor do PL do Aborto, Sóstenes reage à crítica de Lula e diz que pode aumentar pena para abusadores
O presidente chamou a proposta em debate na Câmara de 'insanidade' e disse que prática é realidade
Autor do PL do Abordo, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) reagiu à crítica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a proposta, que equipara a interrupção da gestação acima de 22ª semana ao crime de homicídio.
Após Lula afirmar que é contra o aborto, mas que a prática é uma realidade no Brasil e a aprovação do projeto é uma "insanidade", o parlamentar rebateu alegando que a pena para quem cometer estupro nesses casos pode ser aumentada, e provocou questionando se, dessa forma, o presidente o apoiaria.
"É simples, a relatora pode incluir, mesmo sendo matéria estranha ao texto o aumento da pena para estuprador para 30 anos, fica resolvido presidente, vamos ter o seu apoio já que você é CONTRA o aborto?", escreveu Sóstenes.
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Procurado pelo GLOBO, Sóstenes disse que assistiu ao pronunciamento de Lula sobre o tema, realizado em coletiva de imprensa na Itália onde participa de agenda na Cúpula do G7. O deputado chamou a fala do presidente "peça publicitária".
"É uma peça publicitária de campanha eleitoral para tentar enganar os eleitores Católicos e Evangélicos, ele falou tudo no vídeo, menos da vida do bebê indefeso de 22 semanas", afirmou o parlamentar.
Durante sua fala, Lula disse que é contra o aborto, mas afirmou que a prática é uma realidade no Brasil.
"Eu sou contra aborto, entretanto, como aborto é realidade, a gente precisa tratar aborto como questão de saúde pública. E eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher numa pena maior que o criminoso que fez o estupro. É no mínimo uma insanidade isso. Sinceramente, à distância, não acompanhei o debate muito intenso no Brasil, quando voltar vou tomar ciência disso, tenho certeza do que tem na lei já garante que a gente aja de forma civilizada para tratar com rigor o estuprador e para tratar com respeito a vítima. Quando alguém apresenta uma proposta que a vítima precisa ser punida com mais rigor que o estuprador, não é sério", afirmou Lula.