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Bancada evangélica: Lula ou Bolsonaro, o país segue sendo de Jesus, diz Otoni em culto após derrota

Deputado era o favorito do governo para presidir a frente parlamentar, mas acabou superado por nome próximo ao ex-presidente

Bancada evangélica: Lula ou Bolsonaro, o país segue sendo de Jesus, diz Otoni em culto após derrota Bancada evangélica: Lula ou Bolsonaro, o país segue sendo de Jesus, diz Otoni em culto após derrota  - Foto: MyKe Sena/Câmara dos Deputados

Menos de doze horas após eleger Gilberto Nascimento (PSD-SP) como seu novo líder, a bancada evangélica se reuniu na manhã desta quarta-feira para realizar o culto semestral da Santa Ceia, que abre os trabalhos legislativos da Casa.

A solenidade foi marcada por um discurso do candidato derrotado, Otoni de Paula (MDB-RJ), que era o preferido do governo federal.

Otoni pediu a Nascimento, que sua presidência não se negue a orar pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com base no papel institucional das igrejas de orar pelas autoridades.

— No dia que o atual presidente da República se dispor a nos receber para receber uma oração, que esta presidência não se negue orar por ele. Se ele der sinal que quer receber uma oração, como Bolsonaro veio, vamos receber — iniciou.

Ele encerrou o raciocínio afirmando que, independente de Lula ou Jair Bolsonaro na cadeira presidencial, o país estaria aos mandos de Jesus.

— Assim nós faremos um gesto a esta nação de que, como igreja, não nos furtaremos do nosso papel, de orar por uma autoridade. Seja Lula ou seja Bolsonaro, uma certeza nós temos, o Brasil segue sendo do senhor Jesus — afirmou, sendo aplaudido pelos presentes.

Otoni fez seu discurso ao lado de Gilberto Nascimento e da vice-presidente Greyce Elias (Avante-MG), que desistiu de concorrer minutos antes da votação.

O clima no culto, que ocorreu às portas fechadas, foi de união após o racha. Usualmente, a solenidade é conduzida pelo candidato vencedor, mas Nascimento dividiu orações com Otoni de Paula, em um gesto de aproximação.

Apesar da extensa polarização no que se tornou uma campanha, o presidente foi eleito com ampla vantagem: ele teve 117 votos contra 61 de Otoni.

As eleições desta terça-feira foram inéditas. Tradicionalmente, a bancada sempre chegou a um consenso. Com a ascensão do nome do emedebista que havia feito acenos ao Palácio do Planalto, contudo, a ala bolsonarista se articulou e convenceu Gilberto Nascimento a concorrer.

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