Barroso diz que se referiu a "extremismo golpista" ao falar em derrota do bolsonarismo
Ministro do STF afirmou que não quis "ofender" os 58 milhões de eleitores de Bolsonaro
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou nota, nesta quinta-feira (13), dizendo que se referiu ao "extremismo golpista e violento" ao falar, em discurso na quarta-feira, que "derrotamos o bolsonarismo".
De acordo com Barroso, esse "extremismo" se manifestou nos atos golpistas do dia 8 de janeiro e é uma "minoria". O ministro acrescentou que não quis "ofender os 58 milhões de eleitores" que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições do ano passado e que também não pretendeu "criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima".
Barroso, que é vice-presidente do STF e assumirá a presidência em setembro, concluiu o texto afirmando ter "o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas".
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A declaração do ministro foi feita na noite de quarta-feira, em discurso na abertura do 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).
— Saio daqui com a energia renovada, pela concordância e pela discordância, porque essa é a democracia que nós conquistamos. Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas — falou o magistrado.
A fala motivou críticas de autoridades, entre elas o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que a classificou de "inadequada, inoportuna e infeliz".
Mais cedo, o STF havia divulgado uma nota afirmando que a frase "referia-se ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição".