BRASIL

Bate-boca com petista e investigação: quem é o deputado bolsonarista que acusou Dino de agressão

General Girão (PL-RN) registro boletim de ocorrência contra ministro da Justiça, que nega violência e diz que foi xingado

Flavio Dino e General Girão ao lado de BolsonaroFlavio Dino e General Girão ao lado de Bolsonaro - Foto: Reprodução

A acusação de agressão do deputado federal General Girão (PL-RN) contra o ministro da Justiça Flávio Dino não é a primeira discussão do político com apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua trajetória como parlamentar. O bolsonarista, que antes de entrar para o legislativo fez carreira militar, já discutiu em 2022 com o hoje ministro de Relações Institucionais do governo, Alexandre Padilha, no plenário da Câmara. À época, o petista chamou Girão de "mentiroso".

O bate-boca entre Girão e Padilha aconteceu antes do processo eleitora, em abril, e foi motivado por um discurso do bolsonarista, onde ele chamou Lula de "cabra safado". Ele ainda afirmou que o petista era responsável pelos atos de seus apoiadores.

'"Militantes dele (Lula) estão invadindo supermercados em Recife, estão invadindo supermercados no Rio Grande do Sul, estão invadindo propriedades privadas. Estimulados pela bandarelha que ele está estimulando no Brasil" falou o deputado.

Girão também é investigado por sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro depredaram as sedes dos Três Poderes. Ele é suspeito de ter feito postagens nas redes sociais incentivando os manifestantes. O processo está tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal já levantou as publicações do parlamentar após a divulgação da vitória de Lula nas eleições.

Em dezembro de 2022, após a vitória de Lula no processo eleitoral, ele foi um dos incentivadores de uma campanha incentivando CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) a se alistarem no Exército. Ele chegou a, inclusive, divulgar um link alegando ser o local para cadastramento, mas na verdade era um espaço para que o inscrito recebesse informativos sobre a corporação.

Atos golpistas
Em abril deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma ação civil pública contra a União, o estado do Rio Grande do Norte, o município de Natal e o deputado federal Eliéser Girão (PL) por danos morais coletivos, pelo estímulo a um acampamento com reivindicações antidemocráticas em frente a um quartel no estado.

Na ação, o MPF pedia que o deputado e os três entes públicos fossem condenados a pagar indenização que, somadas, chegam a R$ 5 milhões. O processo foi apresentado por membros da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Rio Grande do Norte na Justiça Federal do estado.

O ponto central da ação é um acampamento realizado a partir do dia 1º de novembro, dois dias após as eleições presidenciais, em frente ao 16° Batalhão de Infantaria Motorizada, em Natal. De acordo com o MPF, "as pessoas lá reunidas defenderam o fechamento do Supremo Tribunal Federal e a necessidade de uma 'intervenção federal', levada a cabo por militares para, com a manutenção do ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, ter-se um verdadeiro golpe de Estado".

Acusação de agressão
Girão registrou um boletim de ocorrência contra o ministro da Justiça, Flávio Dino, por suposta agressão ocorrida no último dia 14, no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. No documento, ao qual O GLOBO teve acesso, Girão afirma que Dino "tentou intimidá-lo, partindo para as vias de fato e o agrediu na região do tórax". O ministro nega as agressões físicas e diz que, diante dos xingamentos proferidos, "a reação foi aproximar-se e pedir para o agressor deixar de ser mal-educado e grosseiro".

"Dino passou por mim, de longe, e fiz um gesto com a cabeça. Ele veio perguntar se eu estava falando com ele. Dino colocou as duas mãos no meu peito e mandou que eu me cuidasse. Ele estava acompanhado de policiais federais. Pedi para que não me encostasse e ele me chamou de moleque. Este sujeito é cotado para o Supremo Tribunal Federal (STF), é um absurdo. Se ele se porta assim antes de ter um cargo tão importante em mãos, imagine depois" afirmou.

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