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Bloqueios rodoviários recuam no país, enquanto transição avança

Equipe de transição do govermo começou a se instalar no prédio do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)

PRF atua em bloqueios antidemocráticos PRF atua em bloqueios antidemocráticos  - Foto: Alexandre Aroeira / Folha de Pernambuco

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou nesta sexta-feira (4) ter quase concluído o desbloqueio das rodovias, que tinham sido paralisadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), após sua derrota no segundo turno das eleições presidenciais, no domingo, para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Enquanto isso, a equipe de transição de Lula começou a se instalar no prédio do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde vai trabalhar até sua posse, em 1º de janeiro de 2023.

"Todas as rodovias federais estão livres de bloqueios", embora haja 11 interdições parciais em cinco dos 26 estados e o Distrito Federal, informou a PRF nas redes sociais.

Desde que Bolsonaro perdeu a eleição no domingo (por 50,9% dos votos a 49,1%), a Polícia desbloqueou 966 interrupções em todo o país, que causaram problemas de deslocamento e transporte de mercadorias.

As manifestações nas estradas começaram a diminuir depois que o presidente, que não reconheceu explicitamente a derrota, pediu a seus seguidores na quarta-feira que encerrassem essas ações devido ao impacto na economia e no direito de ir e vir da população.

A Confederação Nacional da Indústria havia alertado na terça-feira para um "risco iminente de desabastecimento e falta de combustível" caso as estradas não fossem liberadas rapidamente.

Bolsonaro, no entanto, expressou apoio a outras formas de protesto, sem bloqueios, contra a vitória do ex-presidente (2003-2010), líder do Partido dos Trabalhadores (PT).

Nos dois dias que se seguiram à votação, o chefe de Estado se manteve em silêncio sobre o resultado, atitude que, segundo seus críticos, alimentou a proliferação dos protestos.

Mas depois que vários aliados reconheceram o resultado, Bolsonaro, de 67 anos, prometeu na terça-feira "cumprir com os mandamentos da nossa Constituição" e autorizou o início da transição de governo.

Ele manteve, inclusive, um perfil baixo e na quinta-feira não fez sua live habitual nas redes sociais.

Transição em marcha
Na quarta-feira, milhares de bolsonaristas se reuniram em frente a quartéis nas principais cidades do Brasil para pedir uma intervenção militar.

Em Brasília, umas cem pessoas se aglomeravam nesta sexta-feira em frente a uma instalação do exército, segundo um fotógrafo da AFP. Em São Paulo eram cerca de trinta, segundo vídeos nas redes sociais. No Rio de Janeiro, entretanto, reinava a calma.

O presidente em fim de mandato se reuniu rapidamente na quinta-feira com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, líder da equipe de transição de Lula, que descreveu o encontro como "positivo".

A transição deu seus primeiros passos nesta sexta: a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), inspecionou, junto com outros membros da equipe, as instalações do CCBB, onde vão trabalhar 50 funcionários, além de um grupo de voluntários.

"A ideia é que a partir da segunda-feira a gente já comece a ocupar o espaço", disse Hoffmann a jornalistas.

As comemorações pela volta de Lula ao poder lotaram as ruas das principais cidades do país na noite de domingo, em manifestações que transcorreram, na maioria das vezes, sem incidentes, embora tenha havido episódios de violência.

Uma menina de 12 anos, que tinha sido baleada enquanto comemorava a vitória de Lula, morreu nesta sexta em Belo Horizonte, segundo a imprensa local. A polícia investiga se o autor do disparo agiu por motivações políticas.

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