Processo no TSE

Bolsonaro acredita que ficará inelegível por mentiras ditas em reunião com embaixadores

Ex-presidente, no entanto, considera que uma possível prisão dele seria um exagero

Ex-presidente Jair Bolsonaro Ex-presidente Jair Bolsonaro  - Foto: Roberto Schmidt / AFP)

O processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que vai apurar à reunião do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores, em Brasília, em julho do ano passado, quando reciclou mentiras sobre o processo eleitoral e levantou suspeitas infundadas sobre a segurança das Eleições de 2022, tem preocupado ele.

Bolsonaro admitiu que há grandes possibilidades de que ele seja condenado pelas mentiras contadas durante a reunião e fique inelegível após o julgamento do caso. Na avaliação dele, no entanto, uma possível prisão seria um exagero.

“Foi o crime que eu cometi, sendo que a política externa é privativa minha e do respectivo embaixador nosso”, ironizou na terça-feira (14), durante uma reunião com empresários brasileiros que têm negócios nos Estados Unidos. “Mas, infelizmente, em alguns casos no Brasil você não precisa ter culpa para ser condenado. Então, existe a possibilidade de inelegibilidade, sim”.

Bolsonaro acredita que ficará inelegível porque Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na sua avaliação, não poderá continuar no poder por muito tempo. A tese é a de que a esquerda estaria, junto com o TSE, trabalhando para impedir que ele – que classificou a si mesmo como o único líder forte da direita – voltasse ao poder.

“A inelegibilidade é porque o cara que está lá…até pela idade dele…não vai ter uma longa vida na política, no meu entender. Sobra para um partido político que vocês sabem qual é o comando do país e não tem liderança nacional. Se tiver, falem, por favor…tem um bom governador em Minas e um bom governador em São Paulo e alguns bons pelo Brasil e no Senado, mas eles não têm vivência nacional”, pontuou.

Bolsonaro, quanto a uma possível prisão, contou que não trabalhar com a possibilidade por não ter sobre ele qualquer acusação de corrupção ou irregularidade. A avaliação, vale mencionar, ignora escândalo do caso das joias. “A prisão só se for uma arbitrariedade. Atos antidemocráticos…não participei de quebra quebra, só respeitei o pessoal em frente aos quarteis porque era direito deles se manifestar publicamente”, disse Bolsonaro.

No evento com os empresários, o ex-presidente fez uma longa defesa dos golpistas presos no dia 8 de janeiro. “Quase duas  mil pessoas presas acusadas de terrorismo. Terroristas que não foram encontrados com um canivete sequer. Golpistas que não tinham articulado com tropa, não tinham comandantes. O objetivo ao meu entender é tentar sepultar a direita que mal nasceu no Brasil, então é intenção política”, disse.

 Para Bolsonar, mesmo sendo lamentável o que aconteceu em Brasília em janeiro, na legislação brasileira aquilo não é ato terrorista, não se enquadra na lei como atos terroristas. “Foi invasão, depredação, um montão de coisa”, acrescentou.

Sem apresentar provas, Bolsonaro insinuou que os atos terroristas teriam sido uma armação do governo Lula. “Todas as informações que temos é que o pessoal de dentro já estava esperando o pessoal chegar com tudo quebrado já”, afirmou em determinado momento.
 

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