Bolsonaro admite que pode ficar inelegível, mas nega incentivo a golpe
O colegiado volta a analisar uma ação movida pelo PDT por questionamentos feitos pelo ex-mandatário ao processo eleitoral
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu que a tendência é se tornar inelegível no julgamento que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta terça-feira (27).
O colegiado volta a analisar uma ação movida pelo PDT por questionamentos feitos pelo ex-mandatário ao processo eleitoral, sem apresentar provas, em uma reunião com embaixadores realizada em julho de 2022.
Em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", Bolsonaro diz nunca ter atacado o sistema de votação do país. Segundo ele, adversários querem puni-lo "pelo conjunto da obra".
Ao jornal, Bolsonaro considerou "absurdo" a inclusão dos acontecimentos de 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, e negou ter incentivado um golpe de Estado para continuar no poder.
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— Se fala em golpe no Brasil desde 1964. Não é de agora. Sempre alguém fala que tem que ter medida de força, tem que ter não sei o que lá. Mas, quando acabaram as eleições, eu mergulhei. Se alguém acreditou [que seria dado um golpe]... Porque qualquer medida de força, você tem que pensar no "after day" [no dia seguinte ao golpe]. A coisa mais fácil é tomar alguma coisa [o poder] estando no governo. Mas e o "after day"? — disse o ex-presidente.