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Bolsonaro afaga governador interino e Assembleia do Rio um dia após 69 a 0 contra Witzel

Assembleia autorizou o processo contra Witzel por crime de responsabilidade, abrindo caminho para um possível afastamento definitivo

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido)O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido) - Foto: Carolina Antunes/PR

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Um dia após nova derrota do governador afastado Wilson Witzel (PSC) na Assembleia do Rio, o presidente Jair Bolsonaro acenou ao governador interino Cláudio Castro (PSC), com quem participou de evento no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (24). Bolsonaro também falou sobre a criação de uma "nova política" para o estado.

"Juntamente com a Assembleia Legislativa e o nosso jovem governador, vamos buscar uma maneira de tirar o Rio de Janeiro da situação difícil em que se encontra. Se Deus quiser, brevemente essa política será deixada para trás e uma nova política aos poucos [vai] surgindo, de modo que possamos todos nos orgulhar desse estado maravilhoso", afirmou em cerimônia na Polícia Rodoviária Federal.

Na quarta-feira (23), a Assembleia autorizou, por 69 votos a 0, o processo contra Witzel por crime de responsabilidade, abrindo caminho para um possível afastamento definitivo. Ele é acusado de ter chefiado um esquema de desvio de recursos destinados ao combate à pandemia do novo coronavírus.

O ex-juiz se elegeu em 2018 na onda bolsonarista, mas tornou-se adversário de Bolsonaro quando manifestou interesse em chegar à Presidência.

Ao final de agosto, Bolsonaro ironizou o afastamento temporário de Witzel pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). No mesmo dia, na entrada do Palácio da Alvorada, o presidente disse que a situação no Rio de Janeiro "estava pegando" e questionou a um apoiador carioca quem estava agora no comando do estado.

Alvo de duas denúncias pela PGR (Procuradoria-Geral da República), Witzel vem afirmando que é vítima de uma ação nacional para pulverizar a oposição a Bolsonaro. Ele sustenta que sofre uma perseguição e que a democracia está em risco.

Com a retirada de Witzel do cargo, Cláudio Castro assumiu nas mãos da família Bolsonaro, com quem já teve uma série de encontros.

Suspeito de ter participado de um esquema de desvio de recursos no Legislativo do Rio, Castro ocupou a vaga de Witzel como refém dos Bolsonaros, necessitando de apoio político para governar.

Além disso, diante da crise financeira enfrentada pelo estado, Castro também depende da boa vontade do governo federal.

Poucos dias depois de assumir o governo, ele escreveu nas redes sociais que recebeu uma ligação do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) se colocando à disposição para ajudar o estado na renovação do regime de recuperação fiscal.

De olho no apoio da família do presidente, Castro avisou a aliados que pretende consultar o clã presidencial sobre a sucessão na Procuradoria-Geral de Justiça do Rio, onde tramitam casos de interesse dos Bolsonaros, como o inquérito do suposto esquema de "rachadinha" no gabinete de Flávio quando deputado estadual.

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