Bolsonaro alvo da PF: imprensa internacional repercute operação contra ex-presidente
Jornal inglês The Guardian e o americano The Washington Post foram dois dos veículos que deram destaque para o caso
A Operação Venire, que teve o ex-presidente Jair Bolsonaro como um dos alvos, na manhã desta quarta-feira, em Brasília, repercutiu na imprensa internacional. O inglês The Guardian e o americano The Washington Post foram dois dos veículos que deram destaque para o caso. Eles falam sobre as investigações de “supostas tentativas de falsificar registros de vacinação contra a Covid-19 para viajar aos EUA”. As agências Reuters, Associated Press e Bloomberg também noticiaram a relação entre Bolsonaro e a operação deflagrada pela PF.
A Polícia Federal realiza uma operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, em um condomínio de Brasília. O seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa foi preso na mesma ação que apura a atuação de um grupo que teria inserido dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O tenente-coronel aparece envolvido nos principais escândalos relacionados à família presidencial na última gestão, que vão do caso das joias às suspeitas da criação de um caixa paralelo dentro do Palácio da Alvorada.
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O esquema de falsificação de cartões de vacinação que forneceu ao ex-presidente Jair Bolsonaro e sua filha, Laura, cartões fraudulentos, começou em Goiás, com o preenchimento de um cartão de vacinação comum, em papel.
Primeiro, um médico da prefeitura da cidade de Cabeceiras ligado ao bolsonarismo preencheu o cartão de vacinação para Bolsonaro, Laura, o ajudante de ordens do ex-presidente, Mauro Cid, e sua mulher.
O ex-presidente Jair Bolsonaro já foi ouvido sobre o contrabando de joias sauditas e o incentivo aos atos golpistas de 8 de janeiro. Nesta quarta, terá que explicar a fraude em sua carteirinha de vacinação.
A nova operação da PF traz dois novos elementos que podem complicar a vida do capitão. O primeiro é a apreensão do celular, que ele sempre usou como instrumento de propaganda e ação política. O aparelho, que agora está nas mãos da polícia, pode guardar um arsenal de provas contra o dono.
O ex-presidente Jair Bolsonaro entrou nos EUA em três ocasiões, todas como presidente, desde que, segundo as suspeitas da PF, seu cartão de vacinação contra a Covid-19 teria sido fraudado pelo esquema investigado.
Perícia em celular
A perícia que será feita pela Polícia Federal no telefone celular do ex-presidente Jair Bolsonaro já leva apreensão a aliados do ex-presidente. O aparelho foi apreendido nesta manhã durante a operação que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A ação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apura se foram forjadas informações do certificado de vacinação de Bolsonaro, de sua filha, Laura Bolsonaro, de 12 anos, e de sua mulher, Michelle Bolsonaro.
Bolsonarou trocou o condomínio Vivendas da Barra, na Zona Oeste da cidade, pelo Solar de Brasília, no bairro Jardim Botânico da capital federal. Assim como o Vivendas, a nova morada é localizada em uma região nobre, a pouco mais de dez quilômetros do Palácio do Planalto, e conta com piscina e película de privacidade.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se pronunciou após a deflagração da operação da Polícia Federal que cumpriu mandado de busca e apreensão em sua casa. A mulher do ex-presidente afirmou não saber o motivo da ação:
"Apenas o celular do meu marido foi apreendido. Ficamos sabendo, pela imprensa, que o motivo seria “falsificação de cartão de vacina” do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas EU fui vacinada", escreveu Michelle.