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Brasil e França

Bolsonaro chama recepção de Lula por Macron em Paris de 'provocação'

Como parte de uma viagem pela Europa, Lula foi recebido na semana passada no Palácio do Eliseu

Presidente francês, Emmanuel Macron e Jair BolsonaroPresidente francês, Emmanuel Macron e Jair Bolsonaro - Foto: Charles Platiau, Mauro Pimentel / AFP / POOL

O presidente Jair Bolsonaro classificou nesta quinta-feira (25) de "provocação" o fato de seu homólogo francês, Emmanuel Macron, ter recebido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Eliseu, em Paris.

"O Macron sempre foi contra a gente, e ele sempre bateu na gente na questão da Amazônia (...) Parece uma provocação, sim", afirmou Bolsonaro durante entrevista à Rádio Sociedade, da Bahia.

Macron e Lula "se entendem, falam a mesma linguagem", completou Bolsonaro.

Como parte de uma viagem pela Europa, Lula foi recebido na semana passada no Palácio do Eliseu para um café da manhã e uma reunião com Macron "sobre os último desenvolvimentos do cenário internacional".

Lula "compartilhou sua visão do papel do Brasil no mundo, constatando que nos últimos três anos o país foi se retirando do marco multilateral e dos grandes acordos internacionais", informou o Eliseu em comunicado.

O líder petista aparece atualmente como o favorito nas pesquisas para as eleições presidenciais de 2022, embora só deva anunciar oficialmente sua candidatura no ano que vem.

Em 2019, Bolsonaro protagonizou fortes desentendimentos com Macron pelas redes sociais, depois que o presidente francês criticou duramente o governo brasileiro pelo aumento das queimadas na Amazônia.

Em janeiro deste ano, Bolsonaro pediu a Macron que parasse de "falar besteira" sobre o impacto da produção de soja no desmatamento.

"Pelo amor de Deus, Sr. Macron, não compre soja brasileira, porque você não desmata a Amazônia. Compre soja na França", afirmou ironicamente o presidente do Brasil.

Macron é um dos principais opositores da aprovação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, principalmente em função do desmatamento da Amazônia.

No terceiro ano de mandato de Bolsonaro, o desmatamento alcançou níveis recordes desde 2006, colocando em dúvida a promessa do Brasil feita na última reunião da COP26 sobre o clima de reverter esta tendência e acabar com o desmatamento ilegal até 2028.

Desde que assumiu a presidência em 2019, Bolsonaro tem sido criticado por enfraquecer os órgãos de fiscalização ambiental e favorecer as atividades agrícolas e de mineração em áreas protegidas.

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