Bolsonaro chega à PF para depor sobre mensagem de defesa a golpe de estado
Ex-presidente admitiu, em entrevista, ter enviado texto, em junho de 2022
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou, na tarde desta quarta-feira, para prestar depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília. Ele foi intimado no inquérito que investiga a atuação de empresários que defendiam um golpe de Estado e uma ruptura democrática em um grupo de mensagens por aplicativo.
De acordo com a PF, foi encontrada no celular de um desses empresários uma mensagem enviada, em junho de 2022, pelo contato "PR Bolsonaro 8" pedindo que Meyer Nigri repassasse “ao máximo” textos com acusações contra o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a empresa de pesquisas DataFolha.
Apesar do relatório de investigações não cravar que tratava-se de contato feito pelo então presidente, o próprio Bolsonaro admitiu ter enviado a mensagem, em entrevista à Folha de São Paulo.
“Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O [ministro do Supremo Tribunal Federal e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral Luís Roberto] Barroso tinha falado no exterior [sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021], eu sempre fui um defensor do voto impresso”, disse, em agosto.
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Essa investigação tramita no STF dentro do inquérito que investiga as chamadas milícias digitais e tem o o objetivo de apurar ataques às instituições democráticas. Há dois meses, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, prorrogou o prazo para conclusão da PF.
Moraes chegou a arquivar a investigação contra seis empresários, mas manteve o inquérito contra Meyer Nigri e Luciano Hang. Todos os envolvidos negam os crimes.
A mensagem consta em um relatório da Polícia Federal (PF) sobre conversas do fundador da Tecnisa, o empresário Meyer Nigri, que recebeu o texto em junho do ano passado. Bolsonaro tinha o hábito de mandar a mesma mensagem para diversos contatos, o que indica que o mesmo texto possa ter sido enviado para outras pessoas.