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Política

Bolsonaro crítica Fux e promete reduzir pressão sobre voto impresso

Mesmo depois da derrotada da PEC na Câmara, Bolsonaro insiste em questionar a lisura das eleições

Presidente Jair BolsonaroPresidente Jair Bolsonaro - Foto: Sergio Lima / AFP

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou, nesta quinta-feira (12), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, por ter saído em defesa do colega de Corte, ministro Luís Roberto Barroso.
Bolsonaro sugeriu, em entrevista à Rádio Jovem Pan de Maringá (PR), que houve "corporativismo".

"O próprio ministro do Supremo Tribunal Federal, presidente Fux, na sua nota, disse que 'mexeu com um, mexeu com todos'. Não é assim. Se um militar aqui faz alguma coisa de errado, eu sou militar, o que nós fazemos? A gente investiga. Se tiver responsabilidade, vai pagar o preço. Altíssimo. Agora, não pode ter corporativismo nessas questões", disse o presidente.

Na mesma entrevista, o presidente disse que iria reduzir a pressão pela adoção do voto impresso, mas em seguida voltou a insinuar, sem provas, que as eleições no Brasil não são seguras.

Na semana passada, Fux cancelou a reunião dos Poderes e afirmou que ataques de Bolsonaro a ministros do STF eram ataques a todo o Supremo.

Em outro trecho da entrevista, Bolsonaro disse que a missão do STF é tratar das questões constitucionais, mas que "alguns poucos, como Barroso, fazem política". O presidente tem feito ataques a ministros do Supremo, especialmente Barroso e Alexandre de Moraes, na discussão sobre as urnas eletrônicas.

A PEC que alterava a forma de votação para o ano que vem foi derrotada no plenário da Câmara na terça-feira (10), mas o presidente mantém o discurso em defesa do voto impresso.

"Vou diminuir a pressão da minha parte, vou diminuir a pressão, sim, porque tem muita coisa para fazer pelo Brasil, mas não podemos esquecer, porque se esse pessoal conseguir, no ano que vem, não me cobrem nome do país, por favor, botar alguém sentado na minha cadeira presidencial mais simpático a outras ideologias... porque alguns poucos países têm interesse enorme no Brasil, nós seremos fazenda desse país", afirmou Bolsonaro, sem especificar a qual nação se referia.


Mesmo depois da derrotada da PEC na Câmara, Bolsonaro insiste em questionar a lisura das eleições. Na entrevista desta manhã, levantou ainda a possibilidade de eleições para governadores e senadores serem fraudadas no ano que vem -"poderiam, não estou afirmando". "Vamos conviver com essa sombra de dúvida. Não é sombra não, isso aí é tempo fechado", continuou.

Para ser aprovada, a proposta precisava do apoio de 308 deputados, mas recebeu 229 favoráveis e 218 contrários. Bolsonaro havia prometido a Arthur Lira, presidente da Casa, que respeitaria o resultado do plenário, mas insistiu no tema, o que deixou o deputado sob forte pressão, como mostrou a Folha nesta quinta-feira (12).

Na entrevista, Bolsonaro voltou a apostar na retórica anticomunista que marcou a sua campanha ao Planalto e disse que a economia da Argentina parece não ter salvação.

"Nós devemos aprender com os erros dos outros", disse ele.


"Lamentavelmente parece que no tocante à economia não tem como salvar a Argentina. Não queremos fazer no Rio Grande do Sul uma operação acolhida, como fizemos em Roraima", declarou Bolsonaro.

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