EX-PRSIDENTE DO BRASIL

Bolsonaro critica ministro de Lula após denúncia por assédio sexual: "Deveria dar exemplo"

Ex-presidente se referiu a acusações envolvendo Silvio Almeida, titular da pasta de Direitos Humanos do atual governo, como 'vergonha'

BolsonaroBolsonaro - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/arquivo

Em comício eleitoral nesta sexta-feira (6) em Juiz de Fora (MG), o ex-presidente Jair Bolsonaro criticou o ministro dos Direitos Humanos do governo Lula, Silvio Almeida, que foi alvo de denúncia por assédio sexual.

Almeida, convocado por Lula para uma reunião para tratar o caso nesta sexta, negou as acusações.

Bolsonaro se referiu ao caso como "uma vergonha", e usou o episódio para criticar a gestão de seu sucessor.

— Temos até um ministro que devia dar exemplo e acaba sendo acusado de assédio sexual. Uma vergonha — disse Bolsonaro, que foi aplaudido pelos presentes.

A organização Me Too Brasil, que presta apoio a vítimas de violência sexual, informou na quinta-feira que recebeu denúncias de assédio envolvendo Almeida, que nega as acusações.

Em nota, o ministro chamou as suspeitas de "ilações absurdas" e afirmou que acionou a Controladoria-Geral da União, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa.

O caso, que será investigado pela Polícia Federal, foi revelado pelo portal Metrópoles. Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que até agora não se pronunciou sobre o caso.

Imagem, nos Stories da primeira-dama, de Janja com AnielleFoto: Instagram/reprodução

Nesta sexta, a primeira-dama Janja da Silva publicou uma foto junto de Anielle (imagem acima).

Em entrevista à Rádio Difusora, de Goiânia, Lula disse que ficou sabendo na quinta-feira das denúncias de assédio sexual envolvendo Almeida.

Segundo ministros, porém, relatos informais das acusações já tinham chegado há algum tempo a Lula e Janja.

Ofensiva contra o PT
A passagem de Bolsonaro por Juiz de Fora ocorre seis anos após a facada sofrida pelo então candidato à Presidência durante a campanha eleitoral de 2018. Em 2022, Bolsonaro já havia feito duas visitas a Juiz de Fora, no início de sua campanha à reeleição.

Em uma das ocasiões, chegou a visitar o hospital Santa Casa de Misericórdia, onde passou por uma cirurgia de emergência logo após a facada.

Além de rememorar o que apelidou de "aniversário do renascimento", Bolsonaro compareceu ao município neste ano em apoio à candidatura de Charlles Evangelista (PL) à prefeitura. O candidato bolsonarista tenta derrotar a atual prefeita, Margarida Salomão, que é filiada ao PT.

A prefeita é favorita na disputa de outubro, por já ocupar a cadeira municipal. Em 2022, a cidade localizada próxima à fronteira com o Rio de Janeiro contribuiu para a eleição de Lula (PT).

O presidente recebeu a confiança de 56% dos eleitores, enquanto Bolsonaro teve 43,9%. De toda forma, o candidato também discursou e prometeu tirar a cidade "do vermelho".

— Depois que o PT assumiu, nossa cidade caiu. Esse governo tem torrado dinheiro público. Nós vamos equilibrar as contas públicas — disse Charles.

O ex-presidente chegou a Minas Gerais na quinta-feira, quando cumpriu agendas ao lado de seus candidatos em Belo Horizonte e nas cidades da região metropolitana, Santa Luzia e Contagem.

De Juiz de Fora, ele segue para São Paulo, onde participará de uma manifestação neste sábado.

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