Bolsonaro critica passaporte vacinal e defende atuação do governo na compra dos imunizantes
Em pronunciamento, presidente voltou a dizer que vacinação para crianças deve ocorrer somente com consentimento dos pais e prescrição médica.
Em pronunciamento na noite desta sexta-feira em cadeia nacional de rádio e televisão, o presidente Jair Bolsonaro fez críticas ao passaporte vacinal e tentou defender a atuação do governo na pandemia, que durante esse ano foi alvo de duras críticas e acusações ao longo da CPI da Covid.
O discurso, com duração de seis minutos, foi usado pelo presidente para se defender das críticas sobre lentidão na aquisição de vacinas. Ao longo deste ano, a CPI da Covid mostrou que o governo federal recusou ofertas de vendas das vacinas da Pfizer e do Instituto Butantan, o que gerou atraso na compra dos imunizantes. Bolsonaro foi alvo, no relatório final da comissão, de pedido de indiciamentos por crimes cometidos na pandemia.
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"Lembro que em 2020 não existiam vacinas disponíveis no mercado, e a primeira pessoa vacinada foi no Reino Unido em dezembro. Todos os adultos que assim desejaram foram vacinados no Brasil. Fomos um exemplo para o mundo", afirmou Bolsonaro.
Citando o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o presidente voltou a dizer que o governo defende a vacinação de crianças apenas com prescrição médica e também criticou a exigência de passaporte vacinal.
"Não apoiamos o passaporte vacinal. Nem qualquer restrição àqueles que não desejam se vacinar. Também, como anunciado pelo ministro da Saúde, defendemos que as vacinas para as crianças entre 5 e 11 anos sejam aplicadas somente com o consentimento dos pais e prescrição médica. A liberdade tem que ser respeitada", afirmou.
Bolsonaro também voltou a criticar os governadores por terem determinado o fechamento do comércio para conter a disseminação da Covid-19 e disse que as ações do governo federal permitiram a economia ser mantida em atividade.
Sobre as críticas de falta de ação do governo federal para ajudar as vítimas das enchentes na Bahia, o presidente disse que orientou os ministros da Cidadania, João Roma, e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, a prestarem todo o atendimento necessário aos estados de Minas Gerais e Bahia. "Lembro agora dos nossos irmãos da Bahia e do Norte de Minas Gerais, que nesse momento estão sofrendo os efeitos das fortes chuvas na região. Desde o primeiro momento, determinei que os ministros João Roma e Rogério Marinho prestassem total apoio aos moradores desses mais de 70 municípios atingidos", afirmou.
O tradicional pronunciamento oficial do fim do ano também serviu para o presidente defender outras ações federais que miram o seu eleitorado, como a facilitação do acesso às armas e ações contra a violência no campo.