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Encontro

Bolsonaro cumprimenta Moraes em evento um dia após ter ação rejeitada contra ministro do STF

Presidente se dirigiu a magistrado e ambos trocaram apertos de mão. Nenhum dos dois discursou durante solenidade do TST

Bolsonaro em cerimônia de Ratificação de Posse de Ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST)Bolsonaro em cerimônia de Ratificação de Posse de Ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) - Foto: Anderson Riedel/PR

Um dia depois de ter sua ação contra o ministro Alexandre de Moraes rejeitada no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro ficou frente a frente com o ministro durante evento no Tribunal Superior do Trabalho nesta quinta-feira (19). Moraes e Bolsonaro trocaram apertos de mão durante a cerimônia. Pouco depois, Moraes foi longamente aplaudido pelo público e convidados, exceto por Bolsonaro, que recebeu menos acenos dos presentes.

Também estavam presentes o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, e o procurador-geral da República, Augusto Aras, além dos ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, e da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.

Na terça-feira (18), Bolsonaro apresentou uma ação no STF contra o ministro Alexandre de Moraes por abuso de autoridade. O presidente afirmou que o ministro teria realizado “sucessivos ataques à democracia, desrespeito à Constituição e desprezo aos direitos e garantias fundamentais”.

A notícia-crime foi encaminhada ao ministro Luiz Fux, presidente da Suprema Corte, e enumerava cinco justificativas que, na avaliação do presidente, fundamentavam a ação contra o ministro. Entre elas, Bolsonaro citou a “injustificada investigação no inquérito das Fake News, quer pelo seu exagerado prazo, quer pela ausência de fato ilícito”. O inquérito é conduzido por Moraes e Bolsonaro é um dos investigados.

A ação também pontuou que mesmo após a PF ter concluído que o presidente da República não teria cometido crime em sua live sobre as urnas eletrônicas, Moraes “insiste em mantê-lo como investigado”. No ano passado, Bolsonaro realizou uma live para promover teorias da conspiração contra a segurança das urnas eletrônicas.

Na ocasião, ele divulgou nas redes sociais a íntegra de um inquérito da Polícia Federal que apuou suposto ataque às urnas em 2018, que não representou risco às eleições. A publicação resultou em uma nova investigação contra o presidente por suposto vazamento de dados sigilosos. Nesta quarta-feira, Moraes prorrogou por dez dias o prazo para a PF elaborar um relatório sobre as mensagens de Bolsonaro obtidas após quebra de sigilo e incluídas no processo.

A ação não durou um dia no STF. Nesta quarta-feira, o ministro Dias Toffoli negou a notícia-crime com o argumento de que os fatos descritos na ação não trazem indícios de possíveis delitos cometidos por Moraes. No mesmo dia, Bolsonaro entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Moraes.

Bolsonaro também teve um embate recente com o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, envolvendo a participação das Forças Armadas na Comissão de Transparência Eleitoral (CTE). Fachin avisou que a Justiça Eleitoral está "aberta a ouvir, mas jamais se curvará a quem quer que seja" e que "quem trata de eleições são forças desarmadas". O ministro também afirmou que “quem duvida do processo eleitoral é porque não confia na democracia” e que “quem defende ou incita a intervenção militar está praticando ato de afronta à Constituição e à democracia''.

No mesmo dia, durante a live semanal, Bolsonaro disse não saber de onde o ministro “está tirando esse fantasma que as Forças Armadas querem interferir na Justiça Eleitoral” e voltou a dizer que eleições limpas e transparentes é questão de “segurança nacional”. Em recado direto a Fachin, o presidente afirmou que o tratamento do ministro com as Forças Armadas foi "descortês".

Nesta quinta-feira, antes de ficar frente a frente com Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral tem "vontade de democracia e coragem" para combater quem é contrário aos ideais constitucionais e republicanos.

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