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Bolsonaro diz à PF que se equivocou ao postar vídeo com ataques ao sistema eleitoral

Bolsonaro foi incluído no inquérito por ter compartilhado vídeo com ataques ao sistema eleitoral brasileiro

Jair BolsonaroJair Bolsonaro - Foto: Anderson Riedel/PR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que postou sem querer um vídeo em que contesta o sistema eleitoral, feita dois dias após os ataques de 8 de janeiro.

Ele deixou a sede da corporoação, em Brasília, após depor por cerca de 2 horas no inquérito que investiga quem são os autores intelectuais dos atos golpistas às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.

— Este vídeo foi postado na página do presidente Facebook quando ele tentava transmitir para o seu arquivo de WhatsApp para assistir posteriormente. Por acaso, justamente nesse período, ele estava internado em um hospital em Orlando — afirmou o advogado Paulo Cunha Bueno, que acompanhou o ex-presidente no depoimento. — Foi feita de forma equivocada. Tanto que pouco depois, duas ou três horas depois, ele foi advertido e imediatamente retirou a postagem.

Bolsonaro havia chegado pouco antes das 9h e deixou o prédio por volta das 11h. Estava acompanhado dos advogados Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser, além do ex-secretário de Comunicação Social Fábio Wajngarten.

A oitiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes após pedido apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Bolsonaro foi incluído no inquérito por ter compartilhado, dois dias após os atos antidemocráticos, um vídeo que sugeriu, sem apresentar provas, que a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi fraudada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Esta foi a segunda vez em que o ex-presidente foi ouvido pelos investigadores desde que retornou ao Brasil após uma temporada de quase três meses nos Estados Unidos. O primeiro depoimento foi dado no dia dia 5 de abril, no âmbito da apuração sobre o escândalo das joias sauditas, revelado pelo jornal "Estado de S. Paulo".

A intenção dos investigadores foi a de ouvir as explicações de Bolsonaro sobre a postagem compartilhada por ele, além da sua eventual participação na produção da chamada "minuta do golpe", documento encontrado na casa do ex-ministro da Justiça de seu governo Anderson Torres.

O material foi apreendido pela PF durante as investigações após os atos golpistas. Pelo texto, um estado de defesa poderia ser instituído, a fim de alterar o resultado das eleições presidenciais do ano passado.

O ex-presidente também seria questionado sobre sua inação a respeito dos acampamentos golpistas montados em frente a sedes de quartéis-generais do Exército em várias cidades brasileiras.

Em Brasília, o acampamento é apontado como base para os radicais que participaram dos ataques de 8 de janeiro. Pessoas que estavam no local acabaram presas no dia seguinte.

A expectativa era que Bolsonaro também explicasse o porquê foi embora do Brasil no dia 30 de dezembro, dias antes das invasões golpistas nas sedes do Supremo, do Congresso e da Presidência da República. O ex-presidente ficou nos Estados Unidos até o dia 30 de março, quando retornou ao país.

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