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Ex-presidente do Brasil

Bolsonaro diz após depor à PF que não tinha vínculo com Marcos do Val e nega plano de gravar Moraes

Bolsonaro diz, após depor à PF, que não tinha vínculo com Marcos do Val e nega plano de gravar Moraes

Marcos do Val (Podemos-ES) e Jair Bolsonaro Marcos do Val (Podemos-ES) e Jair Bolsonaro  - Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (12), que não tinha vínculo com o senador Marcos do Val e negou qualquer plano de gravar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

— Nada aconteceu no dia 8 de dezembro. Até porque não tinha nenhum vínculo com o senhor Marcos Do Val, talvez fotografia, o que é comum entre nós. Nada foi tratado, não tinha nenhum plano, naquela reunião de aproximadamente 20 minutos, para alguém gravar o ministro Alexandre de Moraes. Por que eu ia articular alguma coisa com o senador? O que tratou a reunião? Nada. Minha transição (com Lula) foi pacífica. Ninguém do PT questionou que não foi bem recebido e teve acesso. Tudo foi passado. Ele (Do Val) que responda pelos atos dele — afirmou o ex-presidente após a oitiva.

O advogado Fabio Wajngarten, que foi secretário de Comunicação Social da gestão Bolsonaro, disse que Moraes sequer foi citado na conversa entre Bolsonaro e Do Val.

— Não foi discutido nenhum ato preparatório ou plano nessa reunião rápida no Palácio da Alvorada. Ao contrário do que foi dito, nenhum ato preparatório, nenhum golpe... O nome do ministro Alexandre de Moraes jamais foi citado.

Bolsonaro (PL) chegou, no início da tarde desta quarta-feira, à sede da Polícia Federal, em Brasília. Ele prestou depoimento no inquérito que investiga o senador Marcos do Val (Podemos-ES) por articular uma suposta trama golpista com o ex-deputado Daniel Silveira. A conspiração consistia em tentar gravar de maneira escondida o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e induzi-lo a falar algo que pudesse gerar alguma nulidade no processo eleitoral de 2022.

Marcos do Val é investigado pelos crimes de divulgação de documentos sigilosos; tentativa, com emprego de violência ou grave ameaça, de abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais; tentativa de golpe de estado; e ainda por eventualmente integrar uma organização criminosa.

No início de fevereiro, Moraes determinou a abertura de um novo inquérito contra o senador acerca das entrevistas que concedeu a respeito de uma suposta articulação de um golpe de estado, contra a posse do presidente eleito Luis Inácio Lula. A orquestração, segundo ele, contaria com a participação de Silveira e Bolsonaro.

Na ocasião, Do Val denunciou que teria participado de uma reunião com ambos em que ele teria dito, inclusive, que colocaria equipamentos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para gravar conversas com o ministro. O senador deu versões contraditórias sobre o caso posteriormente.

Em abril, a Polícia Federal chegou a pedir a prisão do senador, em razão de uma tentativa de obstrução do inquérito que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Seguindo parecer contrário da Procuradoria-Geral da República (PGR), Moraes, indeferiu a prisão, mas determinou busca e apreensão em endereços ligados ao parlamentar. Os mandados foram cumpridos no mês passado.

Esta foi a quarta vez em que Bolsonaro prestou depoimento à PF, neste ano. Ele já foi ouvido sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, sobre as joias da Arábia Saudita que não foram declaradas e ainda sobre as fraudes nos cartões de vacina dele, de seus familiares e assessores.

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