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Bolsonaro diz que concorda com comandante do Exército e defende Forças Armadas apartidárias

Manifestação foi feita após Pujol e Mourão declararem que militares devem ficar fora da política

Presidente Jair BolsonaroPresidente Jair Bolsonaro - Foto: Marcos Corrêa/PR

Em meio à discussão sobre a participação de militares em assuntos políticos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se posicionou em concordância com o comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, e disse que as Forças Armadas devem se manter apartidárias.

A manifestação do presidente, em suas redes sociais, no fim da tarde desta sexta-feira (13), acontece após o comandante do Exército e o vice-presidente Hamilton Mourão declararem que militares devem ficar fora da política.

O presidente, no entanto, não mencionou o vice-presidente em seu post.

"A afirmação do General Edson Leal Pujol (escolhido por mim para Comandante do Exército), que 'militares não querem fazer parte da política', vem exatamente ao encontro do que penso sobre o papel das Forças Armadas no cenário nacional", escreveu o presidente.

Bolsonaro ainda exaltou as Forças Armadas, como os maiores garantidores da democracia e da liberdade. Mencionou trecho da Constituição que menciona que elas se destinam à defesa da pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de quaisquer destes, da lei e da ordem.

"Devem, por isso, se manter apartidárias, 'baseadas na hierarquia e na disciplina' sob a autoridade suprema do presidente da República", completou.

As Forças Armadas estiveram no centro das discussões nesta semana. O presidente Jair Bolsonaro, ao rebater pressão do candidato eleito à presidência dos Estados Unidos a respeito do desmatamento da Amazônia, disse que "quando acabar a saliva, tem que ter pólvora".

Desde então, muitos questionaram o papel das Forças Armadas e suas condições para enfrentar uma potência bélica.

Dois dias depois, o comandante do Exército foi questionado durante transmissão ao vivo na Internet sobre a participação de militares na política.

"Não queremos fazer parte da política governamental ou política do Congresso Nacional e muito menos queremos que a política entre no nosso quartel, dentro dos nossos quartéis. O fato de, eventualmente, militares serem chamados a assumir cargos no governo, é decisão exclusiva da administração do Executivo", disse na ocasião Pujol.

Nesta sexta-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão também seguiu a linha do comandante do Exército e afirmou que a atuação política de militares é danosa para a manutenção da ordem.

"Política não pode estar dentro do quartel. Se entra política pela porta da frente, a disciplina e a hierarquia saem pela porta dos fundos", disse o vice-presidente.

Mourão foi além e declarou que a separação entre assuntos políticos e militares deve ser ainda mais rígida em relação aos militares da ativa. O governo bolsonaro tem atualmente dois militares no primeiro escalão: o ministro Eduardo Pazuello (Saúde) e o almirante Flávio Rocha, chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos.
"Nós que somos da reserva é uma outra situação. Os militares da ativa, esses realmente não podem estar participando disso [política]", disse Mourão no fim da manhã, ao sair de seu gabinete.
"A nossa legislação foi mudada no período de 64 porque exatamente o camarada era eleito, participava do processo eleitoral e depois voltava para dentro do quartel. Isso não era salutar", completou.

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