Bolsonaro diz que demitiu ministro do Turismo porque 'houve excesso, mas continua amigo nosso'
O agora ex-ministro do Turismo também é alvo de denúncia pelo Ministério Público de Minas Gerais
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reconheceu nesta quinta-feira (10), durante sua live semanal, que houve excesso por parte do agora ex-ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, demitido nesta quarta (9).
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Bolsonaro negou, porém, que a saída de Álvaro Antônio e a futura nomeação de Gilson Machado, presidente da Embratur, sejam uma tentativa de conquistar apoio na Câmara dos Deputados às vésperas da eleição para a presidência da Casa, onde o deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do centrão, concorre com o apoio do governo.
A decisão pela exoneração foi tomada após Álvaro Antônio ter enviado uma mensagem em um grupo interno do governo, acusando o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, de ser "traíra" e de negociar com o Congresso "a um preço altíssimo".
"Houve excesso, mas está resolvido. Infelizmente nós exoneramos o ministro Marcelo Álvaro Antônio, mas ele continua amigo nosso e no quê pudermos ajudá-lo, ajudaremos", disse Bolsonaro na noite desta quinta.
Pivô do esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais, caso revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, Álvaro Antônio foi indiciado pela Polícia Federal sob suspeita dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa –com pena de cinco, seis e três anos de cadeia, respectivamente.
O agora ex-ministro do Turismo também é alvo de denúncia pelo Ministério Público de Minas Gerais.
Na live, Bolsonaro criticou os jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo por veicular que a demissão de Álvaro Antônio já estava definida antes mesmo do episódio envolvendo o ministro Ramos. Isso porque o presidente pretendia, no futuro, dar o cargo a um parlamentar, segundo publicaram os jornais.
"Folha de S.Paulo, não teve nada de negociação. Impressionante, ou a Folha deturpa o que fala ou inventa. O Estado e a Folha parecem marido e mulher, vivem juntos, cheios de amor. O Estado de S. Paulo diz: 'Demissão do Turismo expõe ofensiva do governo na Câmara'. Ou seja, eu estaria entregando o ministério para alguém de um partido qualquer em troca de apoio na Câmara", disse Bolsonaro.
O presidente afirmou que a posse de Machado no ministério deve ser marcada para a próxima semana.
"Assinei hoje [quinta] o seu termo de posse. Vai ser publicado, vamos fazer um evento", disse. Em seguida, Bolsonaro brincou com o futuro ministro que estava ao seu lado na live. "Você vai tomar posse segunda, ou quer deixar para quinta? Até lá posso me arrepender, hein?", disse, aos risos.