COVID-19

Bolsonaro diz que governo ofertará a toda a população vacina contra Covid-19 certificada pela Anvisa

Bolsonaro trava uma batalha política com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sobre a vacina contra a Covid-19

Presidente Jair BolsonaroPresidente Jair Bolsonaro - Foto: Marcos Corrêa/PR

No dia em que o estado de São Paulo divulgou seu cronograma de vacinação contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nas redes sociais que o governo federal ofertará imunizantes a toda a população, de "forma gratuita e não obrigatória", caso haja certificação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).



"Em havendo certificação da Anvisa (orientações científicas e os preceitos legais), o governo brasileiro ofertará a vacina a toda a população de forma gratuita e não obrigatória", escreveu o presidente no Facebook. "Segundo o Ministério da Economia, não faltarão recursos para que todos sejam atendidos. Saúde e Economia de mãos dadas pela vida", concluiu.
Junto da mensagem na rede social, Bolsonaro publicou uma foto em que aparece ao lado do ministro Paulo Guedes (Economia) e do advogado-geral da União, José Levi.

Bolsonaro trava uma batalha política com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sobre a vacina contra a Covid-19. O governo federal aposta suas fichas na vacina em desenvolvimento pela Universidade de Oxford (Reino Unido) em parceria com a AstraZeneca. Depois de receber questionamentos após a divulgação de dados sobre a eficácia do imunizante, o consórcio admitiu erros e deve conduzir novos estudos.

Doria, por sua vez, defende a Coronavac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan e pela empresa chinesa Sinovac.
O governador apresentou nesta segunda-feira (7) o plano de imunização do estado e disse que as primeiras doses serão distribuídas a partir de 25 de janeiro. O estudo acerca da eficácia da Coronavac será divulgado até semana que vem e, se tudo correr como espera o governo estadual, seu registro será pedido imediatamente na Anvisa. Segundo Doria, será feito um pedido de aprovação emergencial à agência.

Após o anúncio de Doria, contudo, a Anvisa divulgou nota ressaltando que ainda faltam diversas etapas para que a Coronavac se qualifique para obtenção do registro. A Anvisa afirma que ainda não foram encaminhados os dados da fase 3 de testes clínicos da Coronavac, a etapa final antes do registro. Além disso, a agência diz que o relatório da inspeção na fábrica da chinesa Sinovac - também importante etapa do registro - pode ficar pronto apenas no dia 11 de janeiro.

Com um tom ainda mais forte do que a nota publicada pela agência, o diretor-presidente da Anvisa, almirante Antônio Barra Torres, afirmou em entrevista à rádio Jovem Pan que não é possível determinar um dia e mês para a liberação de uma vacina contra o novo coronavírus. "Os que se interessarem podem solicitar o uso emergencial [da vacina] a qualquer momento. A partir de então, buscaremos fazer uma análise bem feita e no menor tempo possível. No entanto, não fixamos um mês ou dia de aprovação. Para as autoridades que assim fazem, desejo boa sorte", disse. "Enquanto isso, continuaremos trabalhando com o mundo real, o mundo científico", completou.

O Reino Unido inicia nesta semana sua campanha de vacinação com um imunizante desenvolvido pela Pfizer. O Brasil não tem acordo de compra com o laboratório americano. A Pfizer concluiu seus estudos, recebeu sinal verde do Reino Unido e tem contratos para fornecimento de até 600 milhões de doses para os EUA, 120 milhões de doses para o Japão, 200 milhões para a União Europeia e 60 milhões para a América Latina (excluindo o Brasil).

O plano apresentado por Doria nesta segunda prevê a vacinação, num primeiro momento, de profissionais de saúde, pessoas com mais de 60 anos e grupos vulneráveis como indígenas e quilombolas, totalizando 9 milhões de pessoas. O custo só com a logística será de R$ 100 milhões aos cofres paulistas.

A execução dessa campanha de vacinação planejada pelo governo paulista depende do aval da Anvisa. Ainda segundo o plano do governo estadual, a vacinação será escalonada para as duas aplicações necessárias da vacina, ambas gratuitas. O grupo profissionais de saúde/indígenas/quilombolas receberá sua primeira dose em 25 de janeiro e a segunda, em 15 de fevereiro.

Quem tem 75 anos ou mais deve ser vacinado em 8 de fevereiro e 1º de março; de 70 a 74 anos, 15 de fevereiro e 8 de março; e de 65 a 69 anos, 22 de fevereiro e 15 de março. Por fim, quem tem de 60 a 64 anos receberá o imunizante em 1º de março e 22 de março. Outras fases da vacinação ainda serão anunciadas. Num movimento politicamente relevante, serão oferecidas 4 milhões para imunização de profissionais de saúde de outros estados, das 46 milhões de doses que o estado planeja ter à disposição em janeiro. 

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