Bolsonaro diz que, se reeleito, indicará mais dois evangélicos para o STF
Fala aconteceu em conversa com apoiadores, em Brasília
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou, nesta segunda-feira (6) que, se for reeleito em 2022 e, consequentemente, ganhar mais quatro anos de mandato, buscará emplacar mais dois ministros evangélicos para o STF (Supremo Tribunal Federal).
A fala aconteceu em conversa com apoiadores, em Brasília, e foi captada pelo canal Foco do Brasil, no YouTube.
"Se eu for candidato e for reeleito, a gente bota mais dois no início de 2023 lá [no Supremo]", disse o presidente.
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A promessa se deu após um apoiador, se referindo a Bolsonaro, dizer que sempre afirmava a outras pessoas que pressentia que, antes de morrer, veria uma pessoa evangélica no comando da República.
O presidente, então, o corrigiu, afirmando não ser evangélico, mas católico - quem é declaradamente protestante, no caso, é a primeira-dama, Michelle Bolsonaro. "Evangélico é no Supremo agora", pontuou, aos risos.
Ao completarem 75 anos, ministros do Supremo Tribunal Federal devem se aposentar de forma compulsória.
Com a saída, acaba-se abrindo espaço para indicações presidenciais para compor o colegiado da Corte.
Em 2022, não estão previstas mudanças por motivo de aposentadoria na composição do Supremo. Já em 2023, Ricardo Lewandowski (em maio) e Rosa Weber (em outubro) completarão 75 anos, abrindo espaço para duas indicações presidenciais.
Recentemente, Bolsonaro conseguiu emplacar o nome do presbiteriano André Mendonça, ex-advogado-geral da União, para ocupar um dos postos de ministro do Supremo, após validação no Senado.
Mendonça já era cotado para uma das 11 cadeiras do STF pelo menos desde julho de 2019, quando Bolsonaro afirmou, em um culto com a bancada evangélica na Câmara dos Deputados, que levaria um nome "terrivelmente evangélico" ao Supremo.
O ex-AGU acabou sendo a segunda indicação de Bolsonaro para o Supremo. Antes, em outubro do ano passado, o presidente já havia tido êxito em emplacar Kassio Nunes Marques, católico, para o posto de ministro.
Seguindo o critério de aposentadoria compulsória, André Mendonça só deverá deixar o posto no STF em 2047, assim como Nunes Marques. Ambos nasceram em 1972.