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Eleições 2026

Bolsonaro diz que Tarcísio precisará pedir seu aval caso queira ser candidato em 2026

Bolsonaro já admite a possibilidade de Tarcísio ser o seu candidato sem necessariamente migrar para o PL

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o ex-presidente Jair BolsonaroGovernador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o ex-presidente Jair Bolsonaro - Foto: Alan Santos/PR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admite a aliados que o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), é o favorito para ser o candidato do campo da direita, com o seu apoio, nas eleições presidenciais de 2026. Apesar disso, Bolsonaro afirma que, caso seu ex-ministro queira disputar o cargo, precisará "ir até ele", em busca do aval.

Na avaliação desses interlocutores, ao dizer a aliados que Tarcísio precisaria articular a aliança com o PL e pedir formalmente para ser o candidato, Bolsonaro quer mostrar que, apesar de inelegível, segue ditando os rumos dos representantes da direita em eleições, e descarta até o momento outros nomes, como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União).

Ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro, Tarcísio saiu fortalecido das eleições municipais ao ter participação considerada "decisiva" para que Ricardo Nunes (MDB) avançasse para o segundo turno na disputa pela prefeitura de São Paulo. Ele se envolveu até mesmo na preparação do emedebista para debates e tem batido na tecla de cooperação entre governo e município.

Bolsonaro já admite, por exemplo, a possibilidade de Tarcísio ser o seu candidato sem necessariamente migrar para o PL, como chegou a ser acordado. Anteriormente, a mudança de sigla do governador era tida como condição para que fosse o candidato do bolsonarismo, já que o Republicanos ocupa o Ministério dos Portos e Aeroportos no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-ministro chegou a dizer o ex-presidente e a Valdemar Costa Neto que tinha interesse em deixar o atual partido e se filiar à legenda bolsonarista após a campanha municipal.

Mas, de acordo com pessoas envolvidas nas tratativas, mudou de opinião nos últimos meses. Além dos embates internos no PL, pesou do fato de o deputado Hugo Motta (Republicanos) ter se tornado favorito para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara, o que pode fortalecer sua atual sigla.

Há ainda a interpretação dos dois lados de que já existe vinculação suficiente entre Tarcísio e o campo da direita bolsonarista, sem necessidade de ele estar obrigatoriamente no PL. Em última hipótese, a expectativa entre aliados de Bolsonaro é que o Republicanos abra mão do ministério de Lula para compor uma chapa com os bolsonaristas, quando a montagem da coligação estiver mais próxima.

Bolsonaro foi condenado à inelegibilidade no ano passado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte entendeu que o ex-presidente praticou abuso de poder político e usou indevidamente meios de comunicação ao atacar, sem provas, as urnas eletrônicas em uma reunião com embaixadores às vésperas da campanha do ano passado.

Com isso, ele está impedido de disputar um cargo público até 2030, o que faz com que outros nomes da direita demonstrem vontade de concorrer à presidência como representantes deste campo político. O apoio do ex-presidente, entretanto, é considerado fundamental para levar o sonho à frente.

Caiado e Zema em baixa
Outros dois nomes que foram especulados para 2026 encontram-se em baixa com Bolsonaro. Ronaldo Caiado, que chegou a dizer que queria ser candidato à Presidência com o apoio de Bolsonaro, se tornou alvo frequente de ataques do ex-mandatário.

Com o objetivo de eleger Fred Rodrigues (PL) prefeito de Goiânia, Bolsonaro passou a atacar Caiado e o seu candidato, Sandro Mabel (União), durante atividades de campanha em Goiás.

No primeiro turno, ao comentar sobre as medidas restritivas impostas por Caiado durante a pandemia da Covid-19, Bolsonaro o chamou de "covarde". Como resultado do apoio, Fred Rodrigues foi de quarto colocado nas pesquisas para o mais votado no primeiro turno.

Na última sexta, em ato pelo segundo turno na cidade, Bolsonaro chamou Caiado de “rosnador” e disse que ele não honra a própria palavra.

— O União Brasil, aqui do chefe, do rosnador, tem ministério do PT. Quem está com o PT, não tem moral para falar nada — disse Bolsonaro, sem citar o nome do governador. A aliados, ele disse que Caiado "não tem chance nenhuma" de ser o seu candidato.

Sem partir para o ataque de forma tão incisiva, Bolsonaro também tem descartado apoiar Romeu Zema. Ele se irritou ao ver Zema costurando aliança com antigos aliados de petistas nas eleições de Belo Horizonte. Na capital mineira, Bolsonaro apoia Bruno Engler (PL).

Por lá, Zema indicou sua ex-secretária de Planejamento, Luísa Barreto, a vice na chapa do candidato do Republicanos a prefeito, o deputado estadual Mauro Tramonte.

Assim, o representante do bolsonarismo, o deputado estadual Bruno Engler (PL), foi preterido. Somado a isso, Zema agora divide o palanque com o ex-prefeito e antigo adversário Alexandre Kalil, recém-filiado ao Republicanos. Kalil e Lula já trocaram elogios, o que irritou Bolsonaro.

No segundo turno de BH, o bolsonarista Bruno Engler enfrenta o prefeito Fuad Noman, que tenta a reeleição. Até o momento, Zema não manifestou apoio formal a um dos candidatos.

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