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Justiça

Bolsonaro diz que Zambelli é vítima de "injustiça" após STF formar maioria por condenação

Maioria da Corte também se posicionou a favor da cassação do mandato de Zambelli como consequência da condenação

Carla Zambelli e Jair Bolsonaro -Zambelli é ré no STF pelo episódio em que apontou uma arma para um homem em uma rua de São Paulo, em outubro, na véspera do segundo turno das eleições de 2022.Carla Zambelli e Jair Bolsonaro -Zambelli é ré no STF pelo episódio em que apontou uma arma para um homem em uma rua de São Paulo, em outubro, na véspera do segundo turno das eleições de 2022. - Foto: Reprodução

Acusado de tentar um golpe de Estado e tornado réu pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a formação de maioria para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) "é uma injustiça", apesar de reconhecer que a parlamentar errou.

Nesta terça, o Supremo formou maioria de votos para condenar Zambelli a cinco anos e três meses de prisão pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.

A maioria da Corte também se posicionou a favor da cassação do mandato de Zambelli como consequência da condenação.

O julgamento, contudo, está suspenso devido a um pedido de vista do ministro Nunes Marques, que terá um prazo de até 90 dias para examinar o caso.

A análise ocorre no plenário virtual do STF, e a pena deve ser cumprida em regime semiaberto. 

Zambelli é ré no STF pelo episódio em que apontou uma arma para um homem em uma rua de São Paulo, em outubro, na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu sua condenação. Bolsonaro considera que há um "exagero"

— O que aconteceu com a Zambelli foi uma injustiça, mas ela errou no meu entender. Aquilo foi muito prejudicial para a minha campanha. Ela não devia estar armada, meu Deus do céu, isso foi excelente para quem não gosta de mim — afirmou.

A pena foi sugerida pelo relator do caso, ministro Gilmar Mendes, que votou ainda para que Zambelli perca o mandato de deputada.

O relator já havia sido acompanhado, antes do pedido de vista, pela ministra Cármen Lúcia e pelos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino.

Em nota, a defesa de Zambelli afirmou que, apesar da maioria, "eventuais divergências e destaques podem motivar reavaliação do caso, e é isso que a defesa espera que aconteça".

A deputada alegou, em sua defesa, que tinha a autorização para o porte de arma. Gilmar Mendes afirmou, no entanto, que "o porte de arma de fogo para defesa pessoal não se presta a autorizar que a portadora persiga outras pessoas em via pública com sua arma de fogo, ainda que supostos criminosos, em situações nas quais sua integridade física ou a de terceiros não está em risco".

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