Declaração

Bolsonaro é de extrema-direita, e Tarcísio presidenciável tem que ser com o 22, diz Valdemar

Cacique do PL rechaçou a chance de o ex-presidente se tornar inelegível, mas elencou Eduardo, Flávio e o governador de São Paulo como possíveis sucessores

Valdemar da Costa Neto em entrevista para a GloboNewsValdemar da Costa Neto em entrevista para a GloboNews - Foto: Reprodução/Globonews

Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, que abriga o bolsonarismo desde o ano passado, afirmou que Jair Bolsonaro é de "extrema-direita" — definição rejeitada pelo próprio ex-presidente —, e defendeu que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se filie ao seu partido se quiser disputar a Presidência em 2026.

A declaração foi dada em entrevista à GloboNews na tarde desta terça-feira (16), em que tratou de temas do partido, do futuro do bolsonarismo e investigações sobre Bolsonaro em casos como os ataques de 8 de janeiro e a fraude no cartão de vacinação.

— Bolsonaro é de extrema-direita. Eu sou de direita. Mas nós temos um pessoal que é de extrema-direita, e nós temos que acomodar todo esse pessoal. E temos que ter paciência nisso — afirmou.

Tradicionalmente um partido fisiológico da centro-direita no espectro ideológico — a sigla abrigou o vice de Lula durante seus primeiros mandatos, José Alencar, por exemplo —, o PL abriu as portas para os egressos do antigo PSL em 2022.

Agora, a tropa de choque de Bolsonaro planeja dar uma guinada à direita no partido, mas enfrenta resistência da ala "raiz", composta por deputados menos afeitos à batalha ideológica.

Apesar de Valdemar rechaçar as chances de Bolsonaro ficar inelegível e impedido de disputar a Presidência em 2026, colocou os filhos do ex-presidente Eduardo e Flávio como possíveis sucessores à candidatura e defendeu a filiação de Tarcísio:

— Vou falar aqui, o Marcos Pereira (presidente do Republicanos) vai ficar bravo comgio. Se o Tarcísio for candidato à Presidência da República, vai ter que sair com o 22 (sigla do PL). Ele teve 900 mil votos em São Paulo de pessoas que, em vez de apertarem o 10, apertaram o 22 no segundo turno — declarou o cacique.

Também afirmou que a legenda vai procurar um candidato de centro-direita para a eleição à Prefeitura de São Paulo em 2024 — ao mesmo tempo em que definiu o deputado federal Ricardo Salles, que pretende disputar o cargo, como "extrema-direita". O aceno vai em direção a um apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tem procurado apoio do partido para o pleito.

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