Bolsonaro é intimado a prestar depoimento à PF em operação contra dados falsos de vacina
A previsão é de que o depoimento seja prestado ainda na tarde desta quarta-feira (3)
O ex-presidente da República Jair Bolsonaro foi intimado a prestar depoimento ainda nesta quarta-feira (3) no âmbito da operação da Polícia Federal que investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Ao longo da manhã de hoje, agentes da PF realizam buscas na casa de Bolsonaro em um condomínio residencial de Brasília. A previsão é de que o depoimento seja prestado pelo ex-presidente durante a tarde de hoje.
O ex-presidente resistiu a dar declarações, ao longo de seu governo, sobre a sua imunização contra a Covid-19. Ao ser questionado por meio de Lei de Acesso à informação, a gestão chegou a impor sigilo de até cem anos sob a justificativa de que a vacinação do então presidente seria um dado privado.
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Uma das declarações de maior repercussão sobre o tema ocorreu em 2021 quando o ex-presidente afirmou, em entrevista à Jovem Pan, que não iria se vacinar "nem após o último brasileiro".
"Eu decidi não tomar mais a vacina. Eu estou vendo novos estudos, a minha imunização está lá em cima, para que vou tomar a vacina? Seria a mesma coisa que você jogar R$ 10 na loteria para ganhar R$ 2. Não tem cabimento isso"afirmou na ocasião.
Em agenda em outubro de 2021, durante a inauguração de um trecho da transposição do Rio São Francisco, na Paraíba, Bolsonaro encorajou cidadãos a fazerem o mesmo:
— Não tomei a vacina e quem quiser seguir o meu exemplo, que siga.
Bolsonaro foi o único líder mundial que afirmou publicamente ter se recusado a se vacinar.
No fim do antigo governo, no entanto, uma ação foi aberta para apurar a possibilidade de informações falsas no cartão de vacinação do ex-presidente. Em março deste ano, a Controladoria-Geral da União (CGU) confirmou que há registro de imunização de Bolsonaro e apura se as informações são verdadeiras. O documento terá o sigilo retirado após a conclusão da investigação.
A denúncia da CGU foi negada pelo ex-presidente. O ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou à CNN que o ex-presidente Jair Bolsonaro não tomou a vacina contra a covid-19 e disse que o registro encontrado pela CGU teria sido incluído por um hacker.