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Bolsonaro exonera o ministro das Comunicações Fábio Faria

De acordo com edição desta quarta-feira (21) do Diário Oficial, deputado pediu demissão. Presidente não nomeou substituto

Faria chegou a cogitar disputar a vaga ao Senado pelo seu estadoFaria chegou a cogitar disputar a vaga ao Senado pelo seu estado - Foto: Reprodução/ Twitter

O presidente Jair Bolsonaro exonerou o ministro das Comunicações, o deputado Fábio Faria (PP-RN). De acordo com a publicação no Diário Oficial da União desta quarta-feira (21), o parlamentar pediu demissão. O presidente não nomeou um substituto.

O ministro da Comunicações pediu a exoneração do cargo antecipadamente para reassumir o mandato de deputado federal antes de viajar nesta quinta-feira (22) com a família para Orlando, nos Estados Unidos, onde passará as festas de fim de ano. O retorno à Câmara não poderia ser feito à distância.  Ao GLOBO, Fabio Faria disse que sua saída é apenas "uma formalidade" e que, se não houvesse impedimento para reassumir como deputado, ficaria até o dia 31 no governo Bolsonaro.

Nas redes sociais, Faria agradeceu o presidente Jair Bolsonaro pelo convite para assumir o Ministério das Comunicações e conduzir o leilão da tecnologia 5G. "Um período de muito trabalho e união em torno de um projeto para fazermos o Brasil melhor, ao lado de uma equipe muito competente.Jair, minha total amizade, lealdade e admiração ao melhor Presidente do Brasil", escreveu.

Fábio Faria assumiu a pasta em junho de 2020, quando era filiado ao PSD. Em março deste ano, o ministro migrou para o PP, sigla do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL). A saída ocorreu após o presidente do PSD, Gilberto Kassab, declarar que a legenda não apoiaria a reeleição de Bolsonaro.

Licenciado do Congresso desde 2020, o ex-ministro bolsonarista não concorreu as eleições deste ano. Ele chegou a cogitar disputar a vaga ao Senado pelo seu estado, no entanto desistiu da disputa pela candidatura de Rogério Marinho (PL), então ministro do Desenvolvimento Regional. Marinho foi eleito.

Inserções de rádio
Faria foi um dos coordenadores da campanha do presidente à reeleição, e se envolveu em um dos casos mais emblemáticos da disputa. Na reta final do segundo turno, o ministro convocou uma entrevista coletiva em frente ao Palácio da Alvorada pelas redes sociais para tratar o que chamou de "fato grave". Na ocasião, ele afirmou que teve uma reunião "informal" com o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e apresentou junto aos advogados da campanha um pedido a Corte em que alegavam, sem provas, que algumas rádios, especialmente do Nordeste, teriam priorizado inserções de Lula em detrimento às de Bolsonaro. No pedido, também solicitavam que as inserções do petista fossem suspensas em todas as rádios do país.

Moraes, contudo, rejeitou a ação por ausências de provas e inconsistências feitas no levantamento apresentado pela campanha de Bolsonaro. Determinou, ainda, apuração sobre possível "cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito em sua última semana".

Dias após a crise, Faria disse estar arrependido de ter levantado suspeitas sobre falhas nas inserções em emissoras de rádio. Ele declarou que seu objetivo, ao convocar a coletiva, era tentar um acordo com o TSE para compensar eventuais prejuízos na propaganda do presidente.

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