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Ministro da Defesa

Bolsonaro fomentou promiscuidade com militares, diz José Múcio

Em entrevista à Agência Lusa, ministro disse que as Forças Armadas são guardiãs da Constituição brasileira e não empregadas do 'governo de plantão'

José Múcio MonteiroJosé Múcio Monteiro - Foto: Divulgação

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou, nesta quinta-feira (27), que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "fomentou promiscuidade com os militares". A declaração foi dada em entrevista à Agência Lusa, em Lisboa, para onde o ministro viajou acompanhando a comitiva presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, no último fim de semana.

"A política colocou muito militar na política e muita política nos militares", disse Múcio, à Lusa. Parte dos militares que estavam no governo de Bolsonaro já foram exonerados, inclusive do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), após a queda do general Gonçalves Dias. Múcio defende que o GSI deve permanecer nas mãos dos militares e já externou essa posição publicamente.

Em outro trecho divulgado pela Agência Lusa, Múcio descreve as atribuições de um membro das Forças Armadas. "Um militar aqui, lá, em qualquer país, é funcionário de carreira ligado à Constituição". E acrescenta: "eles são guardiões da Constituição Brasileira, eles não são empregados do governo de plantão".

Múcio disse ainda que está satisfeito com as relações entre o governo federal e os militares, embora alguns grupos "não gostem" de Lula. "Os militares estão calmos, a relação com o governo é ótima, com o presidente da República é ótima, mas nós vivemos numa democracia".

Investimentos
O ministro afirmou que seu objetivo no comando da Defesa é ter "forças armadas modernas com equipamento moderno" e defendeu um um aumento gradual do investimento, passando de 1,2 por cento do orçamento para perto de 2%. No entanto, admitiu que no Brasil há problemas mais urgentes a serem tratados. "Evidentemente, eu não tenho coragem, num país que tem gente com fome, de investir em equipamento".

Múcio também comentou sobre a indústria de defesa. O ministro afirmou que o Brasil pode fazer navios e submarinos, desde que haja clientes para isso. E acrescentou que estudos indicam que para cada real investido no setor, voltam R$ 9 de de riqueza produzida para o país.

 

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