Caso das joias

Bolsonaro ganha presente em joalheria de Goiânia e ironiza: "Da última vez deu maior problema"

Ex-presidente recebeu o item da proprietária da loja, que informou tratar-se de uma semijoia

Jair BolsonaroJair Bolsonaro - Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

Jair Bolsonaro (PL) chegou esta sexta-feira (18) a Goiânia, onde receberá, à noite, uma homenagem na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Na cidade, onde também passará por um tratamento odontológico, o ex-presidente visitou uma joalheria no Setor Sul, onde recebeu um pingente da proprietária da loja.

A última vez que ganhei um presente do tipo deu maior problema — ironizou Bolsonaro, como mostrou o jornal O Popular, fazendo menção às investigações envolvendo desvios ilegais de joias recebidas por ele enquanto esteve na chefia do Executivo.

Segundo o veículo, a comerciante e designer informou que se trata de uma semijoia. No local, o ex-presidente evitou comentar os desdobramentos mais recentes da apuração relativa aos presentes oficiais, como a quebra dos sigilos bancário e fiscal dele e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, decretada na noite desta quinta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

— Os sigilos já estavam quebrados — limitou-se a dizer o ex-presidente.

Mais cedo, Bolsonaro participou de um almoço na casa do senador Wilder Morais (PL-GO), no Setor Marista. Parlamentares alinhados ao ex-presidente, como os deputados federais Gustavo Gayer (PL-GO) e Major Vitor Hugo (PL-GO), também estiveram presentes.

Pela manhã, Bolsonaro passou ainda por Abadiânia, cidade a cerca de 90 quilômetros de Goiânia. Lá, ele deu entrevista ao jornal Estado de S. Paulo e comentou a possibilidade de confissão do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, preso há cerca de três meses.

Nesta quinta-feira, a defesa do militar afirmou que Cid vendeu um relógio recebido como presente oficial a mando do ex-presidente.

— Ele (Cid) tinha autonomia. Não mandei ninguém fazer nada. (...) Eu quero clarear o mais rápido possível — disse Bolsonaro.

Para justificar a manutenção das joias em seu patrimônio, Bolsonaro voltou a citar o caráter personalíssimo do item. Como mostrou o Globo, a estratégia de citar uma portaria nula foi aderida por outros parlamentares de sua base de apoio.

— Ela (a portaria 59/2018) vale pelo menos até a data que ela existiu. Quando a portaria é revogado, tem uma vacância. O acórdão de 2016 provoca o parlamento — afirmou Bolsonaro ao Estadão.

Na noite desta sexta-feira, Bolsonaro receberá o título de cidadão goiano na Alego. O evento será aberto ao público, e a expectativa é que o ex-presidente discurse para apoiadores após a homenagem.

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