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caso da joias

Bolsonaro disse ter guardado joias em fazenda de Nelson Piquet; relatório da PF desmente

Propriedade usada por Bolsonaro está localizada em área nobre da capital federal e já foi alvo de ação por crime ambiental, com irmão do ex-piloto preso em flagrante

Propriedade de Nelson Piquet foi usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para guardar dois conjuntos de joias recebidas pelo governo da Arábia SauditaPropriedade de Nelson Piquet foi usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para guardar dois conjuntos de joias recebidas pelo governo da Arábia Saudita - Foto: Reprodução

O relatório da Polícia Federal (PF) que indicia o ex-presidente Jair Bolsonaro revela que ele mentiu sobre ter usado uma fazenda do piloto Nelson Piquet para guardar os presentes do governo da Arábia Saudita, segundo a colunista do Globo Malu Gaspar.

O objetivo, para a PF, foi acobertar o envio dos itens de luxo para os Estados Unidos com o objetivo de leiloá-los.

A “Fazenda Piquet” fica localizada em área nobre da capital federal e, entre outras construções, conta com o galpão no qual Bolsonaro disse ter guardado 175 caixas em cerca de 200 metros cúbicos.

No local, entre outras coisas, há também o Centro Hípico Lago Sul, uma escola que dá aulas particulares de equitação e equoterapia. A propriedade tem uma parte residencial e uma pista de pouso para aeronaves.

A fazenda ainda conta com ao menos um colégio de ensino primário e uma cafeteria. Há no local também um galpão no qual Piquet mantém uma série de veículos guardados, entre eles veículos clássicos como um Ford GT, uma Ferrari 308 e um Jaguar XK 120.

O local, no entanto, também já foi alvo de uma ação da Justiça em 2012, devido ao desmatamento de uma área de preservação ambiental na propriedade. Na ocasião, Geraldo Piquet, irmão do ex-piloto, foi preso pelo crime, mas acabou liberado após pagar uma fiança no valor de 15 salários mínimos — apesar de dano ambiental ser um crime inafiançável e o acusado ter sido preso em flagrante.

Segundo reportagem publicada pelo G1 na ocasião, a pista, destinada ao tráfego de aviões, já existia e era regulamentada, com cerca de 760 metros de extensão, mas estava sendo ampliada, segundo a Delegacia do Meio Ambiente (Dema), em mais 100 metros, sobre uma área de preservação permanente da bacia de São Bartolomeu.

Na ocasião, a polícia identificou a destruição da mata quando sobrevoava a região, e encontrou um desmatamento de quatro quilômetros quadrados de área, após o início das obras no local, um mês antes, e sem licença e sem um estudo de impacto ambiental.

Na fazenda ainda foram encontrados funcionários e maquinário que faziam a remoção de terra e terraplanagem para a ampliação da pista de pouso.

O local também foi palco de um acidente no início do ano passado, quando um avião de pequeno porte caiu próximo ao aeródromo da propriedade. Na ocasião, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), cinco pessoas estavam na aeronave e saíram ilesas. De acordo com o relato do piloto, a aeronave recebeu uma rajada de vento lateral em baixa altitude, o que teria provocado a queda.

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