Bolsonaro lança dúvidas sobre sua filiação ao Partido Liberal
O presidente Jair Bolsonaro deixou em suspenso, neste domingo (14), sua filiação ao Partido Liberal (PL)
O presidente Jair Bolsonaro deixou em suspenso, neste domingo (14), sua filiação ao Partido Liberal (PL), que é comandado pelo ex-deputado federal Valdemar da Costa Neto, para disputar as eleições em 2022.
"Quer saber a data da criança se eu nem casei ainda? Que data vai nascer a criança? Tem muita coisa a conversar com o Valdemar", disse Bolsonaro, ao se referir ao ex-deputado e presidente do Partido Liberal, condenado em 2012 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão.
Bolsonaro fez esses comentários a jornalistas brasileiros durante uma feira de aviação Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde o presidente se encontra em visita oficial desde a última sexta.
Na quarta-feira passada (10), o PL havia anunciado que a filiação de Bolsonaro estava marcada para 22 de novembro. Contudo, em uma nota divulgada hoje, o partido assinalou que a data havia sido adiada após "intensa troca de mensagens na madrugada de domingo".
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"Eu acho difícil essa data de 22. Tenho conversado com ele, e estamos em comum acordo que podemos atrasar um pouco esse casamento para que ele não comece sendo muito igual aos outros. Não queremos isso", acrescentou Bolsonaro durante a entrevista em Dubai.
O chefe de Estado brasileiro está sem partido há dois anos, desde que rompeu com o Partido Social Liberal (PSL), pelo qual foi eleito em 2018.
O PL é parte do chamado "Centrão", um grupo informal de partidos considerados mais fisiológicos, que negociam apoio em troca de cargos e verbas importantes.
Bolsonaro vive o nível mais baixo de aprovação desde o início de seu mandato, com apenas 22% de avaliações positivas, de acordo com as últimas pesquisas, e aparece como perdedor em uma eventual disputa eleitoral contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em seu giro pela região do Golfo Pérsico, o presidente tenta atrair investimentos dos fundos soberanos de países que importam grandes quantidades de produtos agrícolas brasileiros.
Depois dos Emirados, Bolsonaro visitará o Bahrein, na terça-feira (16), e o Catar, no dia seguinte.