Bolsonaro muda o tom e pede "Fora Lula em 2026"
O ex-presidente faz a avaliação de que pedir o impeachment do petista fortaleceria ainda mais o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, seu principal desafeto.
Prestes a ser denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pela tentativa de golpe de Estado no país, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou apoiadores, através das redes sociais, para uma manifestação em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, no próximo dia 16 de março.
O fato curioso no chamado de Bolsonaro aos apoiadores foi a mudança no tom do ex-presidente. Até pouco tempo atrás, os bolsonaristas, incluindo um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), defendiam um ato para o pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando crime de responsabilidade no pagamento do programa Pé-de-Meia, como a tônica do protesto.
A mudança na pauta reflete o cenário adverso que o ex-presidente atravessa, com a inelegibilidade até 2030, o possível banco dos réus que enfrentará e a falta de uma maioria no Congresso para apoiar um processo de impeachment.
O ex-presidente faz a avaliação de que pedir o impeachment do petista fortaleceria ainda mais o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, seu principal desafeto. E, agora, ele argumenta que o mote do movimento seja: “Fora Lula em 2026”.
A Polícia Federal acredita que a PGR deverá apresentar a primeira denúncia sobre a trama golpista, da qual o ex-presidente é acusado de fazer parte, ainda nesta semana. O procurador-geral, Paulo Gonet, teria admitido a interlocutores que está com a decisão pronta. Bolsonaro está indiciado por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A PF espera que Gonet admita todos os crimes, que somam 28 anos de prisão.