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Bolsonaro participa de evento com Ramagem no Rio e diz que ex-Abin é "alvo de perseguição"

Agenda foi a primeira do ex-presidente com pré-candidato à prefeitura do Rio pelo PL. Em discurso, ex-chefe do Executivo nega campanha, proibida até agosto pela Justiça Eleitoral

Bolsonaro e RamagemBolsonaro e Ramagem - Foto: reprodução/X

Em ato na manhã desta quinta-feira na praça Saens Peña, na Zona Norte do Rio, o ex-presidente Jair Bolsonaro ( PL) sugeriu, sem provas, que o presidente Lula (PT) "se reuniu com traficantes" no Rio durante a campanha de 2022. 

Bolsonaro também fez um desagravo ao aliado Alexandre Ramagem (PL), a quem chamou de "alvo de perseguição".

Bolsonaro frisou que não estava fazendo campanha — proibido neste período pela Justiça Eleitoral —, e sim "expondo o que pode ser feito pela cidade" do Rio a partir da comparação entre seu governo e a gestão Lula.

— Não estive em comunidade aqui reunido com traficantes. Eu não recebi, e jamais receberia, a dama do tráfico em meu gabinete em Brasília. (...) Alguns achavam que eu devia passar a faixa para aquele cara. Eu não passo a faixa para ladrão — discursou Bolsonaro.

O objetivo original do ato era apoiar a pré-candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem (PL) à prefeitura do Rio.

Parlamentares bolsonaristas que discursaram em cima de um carro de som, inclusive o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, pediram apoio a Ramagem — evitando pedidos explícitos de voto, o que não é permitido pela legislação antes do início oficial da campanha.

Ao acenar com apoio a Ramagem, o senador criticou de forma velada a investigação da Polícia Federal que mira o atual deputado, por sua atuação como presidente da Agência Brasileira de Inteligência ( Abin).

Com base no inquérito da PF, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou operações que miraram Ramagem e ex-servidores da Abin, por suspeita de monitoramento ilegal de autoridades.

Flávio afirmou ainda haver um "pequeno grupo especial de Lula na Polícia Federal".

— Eles falavam do (ex-juiz da Lava-Jato, Sergio) Moro, mas o que Alexandre de Moraes faz é muito pior. (...) Hoje não temos na PGR alguém que vá fazer perseguição política. Essa é a minha convicção.

Em sua fala, Ramagem evitou falar de investigações e usou a maior parte do tempo para elogiar Bolsonaro e alimentar esperanças que o ex-presidente esteja nas urnas em 2026 — embora esteja inelegível até 2030.

Ao falar sobre a eleição carioca, Ramagem apelou seguidamente à bandeira da segurança pública e pediu apoio para eleger pré-candidatos a vereador "de direita". "E um prefeito também", acrescentou, com um sorriso.

-- Vamos transformar a Guarda Municipal em Polícia Municipal armada — afirmou Ramagem.

Após descerem do carro de som, Bolsonaro e Ramagem foram colocados nos ombros de assessores e acenaram à multidão, enquanto seguiam em direção a seus veículos. O ex-presidente seguirá em agenda no fim da tarde, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Esse é o primeiro evento de Bolsonaro ao lado de Ramagem após a divulgação de um áudio que mostra Ramagem, o ex-presidente, o general Augusto Heleno e duas advogadas discutindo a participação de auditores da Receita Federal na elaboração de um relatório de inteligência fiscal que originou justamente o inquérito das "rachadinhas" contra Flávio.

No início da semana, o ex-presidente gravou uma mensagem ao lado do deputado federal, na qual convida eleitores do Rio a comparecem ao evento de hoje.

O ex-diretor da Abin prestou depoimento nesta quarta-feira à Polícia Federal (PF) sobre a investigação que apura um suposto esquema de espionagem ilegal praticada durante o governo Jair Bolsonaro. O delegado foi ouvido por mais de seis horas e respondeu a cerca de 130 perguntas. Ele negou que tenha dado ordem para o suposto esquema.

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