Bolsonaro pede para PF investigar deputado e irmão que apontaram suspeita na compra da Covaxin
Informação foi dada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzony
O presidente Jair Bolsonaro mandou a Polícia Federal investigar o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, por declarações de ambos sobre supostas irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin.
O pedido de investigação foi anunciado, nesta quarta-feira (23), pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzony.
"O presidente determinou que a Polícia Federal abra uma investigação sobre as declarações do deputado Luis Miranda, sobre as atividades do seu irmão, servidor público do Ministério da Saúde, e sobre todas essas circunstâncias expostas no dia de hoje", disse Lorenzoni.
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O ministro disse que o governo pedirá um processo disciplinar contra o servidor, além de apurações sobre denunciação caluniosa, fraude processual e prevaricação. Lorenzoni não citou pedido de investigação sobre possíveis irregularidades no contrato.
O caso em torno das suspeita da compra da Covaxin pelo governo Bolsonaro foi revelado no jornal Folha de S.Paulo, na sexta-feira passada (18), com a divulgação do teor do depoimento do servidor Luís Ricardo Miranda, do Ministério da Saúde.
Ele disse em oitiva no Ministério Público Federal que recebeu uma pressão "atípica" para agilizar a liberação da vacina indiana, desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech.
Irmão do servidor da Saúde, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse, nesta quarta-feira (23), que alertou Bolsonaro, em 20 de março, sobre possíveis irregularidades na compra.
Segundo o parlamentar, naquele encontro, Bolsonaro prometeu acionar a Polícia Federal para investigar o caso. "Para poder agir imediatamente, porque ele compreendeu que era grave, gravíssimo", disse Miranda.
O parlamentar afirmou que não recebeu retorno do presidente ou da PF. "Não era só uma pressão que meu irmão recebia. Tinha indícios claros de corrupção.”
O governo fechou contrato para compra da Covaxin em 25 de fevereiro, no momento em que tentava aumentar o portfólio de imunizantes e reduzir a dependência da cornaca que chegou a ser chamada por Bolsonaro de "vacina chinesa do João Doria”. A Covaxin é produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech e negociada no Brasil pela empresa Precisa Medicamentos.