Comício

Bolsonaro promete "varrer" PT para o "lixo da história", após mais um caso de violência política

Presidente questionou se seria possível a vitória de Lula em "eleições limpas"

Jair BolsonaroJair Bolsonaro - Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro subiu o tom dos ataques feitos ao Partido dos Trabalhadores durante comício nesta sexta-feira (9). Sem citar o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu principal adversário na corrida pelo Palácio do Planalto, o candidato a reeleição chamou o PT de "praga" e afirmou que varrerá o partido para o "lixo da história" caso seja reeleito (veja o vídeo). As declarações do presidente ocorrem horas depois de um apoiador ser preso pela morte de um homem que defendia Lula, em Confresa (MT).

-- Essa praga sempre está contra a população. Esse pessoal não produz nada, só gera desgraça para o povo brasileiro. Com essa nossa reeleição, pode ter certeza, varreremos para o lixo da história esse partido dito trabalhadores, mas na verdade é composto por desocupados -- afirmou Bolsonaro durante comício em Araguatins (Tocantins).

 

Na ocasião, Bolsonaro falava sobre a redução dos preços dos combustíveis através da aprovação da redução do ICMS no Congresso Nacional. O presidente afirmou que a população não deveria esquecer que os senadores petistas votaram contra a medida.

Bolsonaro tem feito recorrentes ataques contra o PT e contra Lula, a quem chama de ladrão e ex-presidiário. Nesta quinta-feira (8), Bolsonaro cessou o período de trégua com as urnas eletrônicas e voltou a levantar suspeitas contra o sistema eleitoral questionando se seria possível uma vitória do petista em "eleições limpas".

-- Alguém acha que o Lula vai ganhar eleição? Alguns aqui, o Datafolha, por exemplo, 'pode ganhar no primeiro turno'. Alguém acredita que numa eleição limpa o Lula ganha? Olha o que o Lula fez -- afirmou Bolsonaro em live na quinta-feira.

Lula, por sua vez, mudou a estratégia e atacou Bolsonaro no mesmo dia no tema da corrupção, embate que vinha evitando fazer, mas que era uma cobrança entre aliados. O ex-presidente citou as denúncias reveladas pela CPI da Covid de supostos pedidos de propina em negociação de vacinas por parte do governo federal.

O ex-presidente também criticou a política de preços da Petrobras e a alta nos valores dos combustíveis nas bombas, além de fazer referência à inflação e ao aumento nos preços dos alimentos nos mercados.

Nesta sexta-feira, Bolsonaro também reagiu pelas redes sociais às declarações de Lula sobre as manifestações no 7 de Setembro. O ex-presidente afirmou que o chefe do Palácio do Planalto fez de uma celebração nacional uma “festa pessoal” e comparou os atos de Bolsonaro com uma reunião do grupo supremacista branco Ku Klux Klan.

— Foi uma coisa muito engraçada o ato do Bolsonaro. Parecia uma reunião da Ku Klux Klan. Só faltou o capuz. Não tinha negro, não tinha pardo, não tinha pobre, trabalhador. O artista principal era o velho da Havan, que aparecia como se fosse o Louro José da campanha do Bolsonaro — disse Lula.

Bolsonaro afirmou que associar "milhões de famílias que foram pacificamente" às ruas com o grupo supremacista é a "maior e mais covarde ofensa ao povo brasileiro" e que é revoltante quando são feitas por um "ex-presidiário".

-- Associar as milhões de famílias que foram pacificamente às ruas manifestar seu amor pelo Brasil no dia de nossa Independência a um grupo terrorista, racista e antissemita, como a Ku Klux Klan, é de longe a maior e mais covarde ofensa ao povo brasileiro que já vi em minha vida. Tais ofensas se tornam ainda mais revoltantes quando são proferidas por um ex-presidiário que estava preso por assaltar o mesmo povo que agora ataca, e que está tentando, a todo custo, voltar à cena do crime. É um descondenado xingando aqueles que vivem suas vidas de forma honesta e justa.

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