investigação

Bolsonaro recebeu "em mãos" cartão falso de vacinação, diz PF

PF indiciou ex-presidente pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação

Jair Bolsonaro, ex-presidente do BrasilJair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil - Foto: Tânia Rego/Agência Brasil/Arquivo

A Polícia Federal afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu "em mãos" de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid o cartão de vacinação contra a Covid-19 fraudado a partir de um esquema que contou com a sua participação.

É o que consta em relatório produzido durante a investigação que levou ao indiciamento do ex-presidente e de outras pessoas, como Cid, sob suspeita dos crimes de inserção de dados falsos em sistema público e associação criminosa.

Segundo a PF, Mauro Cid disse, em delação premiada firmada com a corporação, que Bolsonaro, ao saber que o tenente-coronel "possuía cartões de vacinação contra a Covid-19 em seu nome e em nome de seus familiares, ordenou que o colaborador fizesse as inserções para obtenção dos cartões ideologicamente falsos para ele e sua filha Laura".

"Diante disso, MAURO CESAR CID, utilizando o mesmo modus operandi, solicitou a AILTON BARROS as inserções de dadas falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, em benefício de JAIR MESSIAS BOLSONARO e LAURA FIRMO BOLSONARO. O colaborador ainda afirmou que imprimiu os certificados e entregou em mãos ao então Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO", diz o relatório produzido pela PF.

Ainda de acordo com os investigadores, os elementos de prova coletados ao longo da investigação "são convergentes em demonstrar que Bolsonaro agiu com consciência e vontade determinando que seu chefe da Ajudância de Ordens intermediasse a inserção dos dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde em seu benefício e de sua filha Laura Bolsonaro".

O advogado Fabio Wajngarten, que defende Bolsonaro, lamentou o “vazamento” da informação do indiciamento do ex-presidente pela PF. Segundo ele, o ato deveria “ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial”.

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