Política

Bolsonaro relembra frase de Lula sobre aborto para tentar aumentar desgaste de petista

Segundo presidente, se Lula for eleito, ele indicará ministros "abortistas" para o Supremo Tribunal Federal (STF)

Foto: Ricardo Stuckert/divulgação | Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) relembrou, nesta quarta-feira (13), a recente declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre aborto para tentar ampliar o desgaste do pré-candidato do PT à Presidência e principal adversário dele na disputa. Segundo Bolsonaro, se Lula for eleito presidente, ele indicará ministros “abortistas” para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Em debate em São Paulo na semana passada, Lula defendeu que toda mulher deveria ter direito ao aborto no Brasil, por ser "uma questão de saúde pública". A afirmação provocou reação negativa de evangélicos e ataques de bolsonaristas, mas foi apoiada, por sua vez, por grupos de médicos e integrantes do movimento feminista.

O aborto sem acompanhamento médico foi a quinta causa de morte materna entre 1996 a 2020, de acordo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

"Quando se fala em aborto, o Lula defende o aborto. Vamos supor que o Lula consiga aprovar o aborto dentro do Parlamento. Eu acho difícil. Por que não consegue? Ele vai aprovar o aborto dentro do Supremo Tribunal Federal. Então, hoje, tem cinco ou seis ministros do Supremo que já são favoráveis ao aborto. Se o Lula voltar, ele bota mais dois em 2023. Está na cara que vai botar abortistas lá também. Então, o aborto será aprovado no Brasil, se o Lula voltar, pelo Supremo Tribunal Federal, a exemplo de como foi aprovado o aborto na Colômbia", disse Bolsonaro em entrevista ao canal Linha de Frente, da afiliada do SBT na Bahia.

Durante a entrevista, Bolsonaro também voltou a criticar a chapa de Lula com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como vice, que foi aprovada hoje pelo diretório nacional do PT. Segundo o presidente, o petista e o ex-tucano eram como “cão e gato” e se uniram “pelo poder”.

":Então olha só: ou eles mentiram no passado ou mentem no presente. E eu entendo que vão ter que ter uma luta pelo poder, tem que ter um consenso por parte da opinião pública. Até eu queria saber a opinião do Alckmin, que sempre foi um católico fervoroso, o que ele falaria sobre o aborto, já que o chefe dele quer o aborto. O Alckmin está ajudando o Lula a voltar à cena do crime. Crime esses cometidos por Lula no passado, crimes tão criticados pelo Geraldo Alckmin. Essa chapa perdeu a sua razão de ser, perdeu a sua credibilidade perante a opinião pública", disse.

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