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ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro reúne evangélicos: conheça as lideranças e entenda a relação com o governo

Durante o encontro, que atraiu cerca de 280 religiosos, Bolsonaro ouviu explícitas declarações de apoio e chegou a chorar ao ser lembrado do episódio em que foi vítima de uma facada

Oração do Presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Amazonas, Pastor Jonatas CâmaraOração do Presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Amazonas, Pastor Jonatas Câmara - Foto: Carolina Antunes/PR

Na tentativa de demonstrar força junto ao público evangélico, cobiçado por todos os seus concorrentes na disputa eleitoral deste ano, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu ontem com centenas de líderes desse segmento no Palácio da Alvorada e prometeu conduzir o país para a “direção” que eles quiserem.

Durante o encontro, que atraiu cerca de 280 religiosos, o mandatário da República ouviu explícitas declarações de apoio e chegou a chorar ao ser lembrado do episódio em que foi vítima de uma facada, na campanha de 2018.

A conquista da preferência dos evangélicos, que hoje representam aproximadamente 30% dos brasileiros, de acordo com o Datafolha, é tratada como ponto fundamental pelos pré-candidatos ao Palácio do Planalto. Desde o ano passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ex-ministros Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT), além de Bolsonaro, têm feito gestos para atrair essa parcela do eleitorado. Ontem, o presidente deixou clara a disposição de atender aos interesses do segmento.

"Seria muito fácil estar do outro lado. Mas, como eu acredito em Deus, se fosse para estar do outro lado, nós não seríamos escolhidos. Falo “nós” porque a responsabilidade é de todos nós. Eu dirijo a nação para o lado que os senhores desejarem", disse Bolsonaro.
 

Líderes de algumas das principais igrejas evangélicas do país estiveram presentes, como Silas Malafaia (Assembleia de Deus Vitória em Cristo), Abner Ferreira (Assembleia de Deus Ministério de Madureira) e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (Igreja Universal do Reino de Deus). De acordo com o colunista Lauro Jardim, do Globo, havia cerca de 280 presentes, incluindo 90 deputados federais e oito senadores.

Ao pedir a palavra, o bispo Abner Ferreira disse que há um “chamamento” em 2022, ano da eleição presidencial. Em meados de 2021, Lula se encontrou com o bispo Manoel Ferreira, pai de Abner.

"Quero chamar a atenção de todos que estão aqui para uma reflexão. Nós temos um chamamento em 2022. Nós não podemos perder isto de vista", pregou.

Ferrenho crítico das gestões petistas, Malafaia falou em “roubalheira”, embora não tenha feito menções a adversários de Bolsonaro: "Essa gente que quer governar o país? Deus nos livre disso. Estou mostrando aqui o império da safadeza e da roubalheira, da cultura da corrupção, que se instalou nesse país esses anos todos."

Marcos Pereira, que recentemente acusou Bolsonaro de trabalhar contra a filiação de aliados ao Republicanos, também se pronunciou, sem citar o nome do presidente: "Duas bandeiras nos unem a todos aqui: a bandeira do Senhor e a bandeira do Brasil. Deus abençoe o Senhor, Deus abençoe o Brasil."

Evento reuniu lideranças no Palácio da Alvorada.

Paralelamente aos esforços do titular do Palácio do Planalto, seus adversários vêm trabalhando em busca do apoio dos religiosos. Como grande parte dos líderes das principais denominações devem caminhar com Bolsonaro, o grupo que atua na pré-campanha de Lula traçou como estratégia atrair os evangélicos a partir da base, ou seja, buscando o voto do frequentador das igrejas, por meio do discurso social.

Moro, maior ameaça a Bolsonaro na disputa por votos de centro-direita, convidou o presidente da Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anajure), Uziel Santana, para coordenar um núcleo voltado a esse segmento. Uma das missões é aproximar o presidenciável da Universal — ontem, Moro e o ex-prefeito Marcelo Crivella conversaram por telefone. De acordo com a colunista Bela Megale, do GLOBO, não há, no entanto, encontro previsto com Pereira ou com o bispo Edir Macedo.

Ciro, por sua vez, já gravou um vídeo segurando a Constituição e a Bíblia e defendeu que os livros não são “conflitantes”. Já o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ainda que não tenha feito gestos mais contundentes até o momento, tentará fisgar o eleitor evangélico apresentando programas sociais de sua gestão.

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