Bolsonaro sinaliza que não passará a faixa presidencial para Lula
Presidente tem dito a aliados que poderá viajar para não participar da cerimônia de posse do petista
O presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá se despedir do Palácio do Planalto sem passar a faixa presidencial ao seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro do próximo ano. O atual mandatário tem confessado a aliados que está pensando em viajar para fora do Brasil para não ter que comparecer à cerimônia de posse do petista.
Se a viagem de Bolsonaro para fora do Brasil no início do ano ocorrer, caberá ao vice-presidente Hamilton Mourão a tarefa de participar da solenidade, como presidente interino. Mourão, que foi eleito para o Senado pelo Rio Grande do Sul, vaga que assume em fevereiro, disse, dois dias depois da eleição de segundo turno, estar quase certo que o presidente iria passar a faixa a Lula, mas não voltou a tocar mais no assunto depois disso.
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Caso Bolsonaro cumpra o que vem dizendo a portas fechadas, será a segunda vez que um ex-presidente se recusa a passar a faixa para o seu sucessor. Em 1985, o general João Batista Figueiredo, último presidente da ditadura militar, não compareceu à cerimônia de posse de José Sarney.
Figueiredo, que governou o país de 1979 a 1985, seria substituído pelo então eleito presidente da República, Tancredo Neves, que daria início à redemocratização do país depois de mais de 20 anos de governos militares.
Tancredo, no entanto, foi hospitalizado, em março de 1985, acometido por uma diverticulite. Faleceu um mês depois. Coube ao vice dele, Sarney, assumir o comando do país. No dia da posse de Sarney, o general Figueiredo bateu o pé e não compareceu, pois se recusava a passar a faixa ao sucessor.