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eleições 2022

Bolsonaro sobe tom e diz que vai 'botar um ponto final' em 'abuso' de outro Poder

Bolsonaro não especificou se falava sobre o Supremo Tribunal Federal, mas usou o mesmo discurso que costuma adotar ao atacar a Corte

Presidente Jair Bolsonaro Presidente Jair Bolsonaro  - Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

A nove dias do primeiro turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro voltou a subir o tom e afirmou que colocará um “ponto final” no “abuso” que existe em “outro Poder”. Bolsonaro não especificou se falava sobre o Supremo Tribunal Federal, mas usou o mesmo discurso que costuma adotar ao atacar a Corte.

"Vocês sabem que vocês estão tendo cada dia mais a sua liberdade ameaçada por um outro Poder, que não é o Poder Executivo. Nós sabemos que devemos colocar um ponto final nesse abuso que existe por parte de outro Poder", afirmou durante comício em Divinópolis, em Minas Gerais.

Em tom de ameaça, Bolsonaro afirmou que em caso de reeleição “todos, sem exceção”, deverão jogar “dentro das quatro linhas da Constituição” e que nenhum Poder “manda na República”.

"O meu governo sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição. Em havendo a reeleição, todos, sem exceção, jogarão dentro das 4 linhas da Constituição. Ninguém é dono de nada aqui. Eu não mando da presidência da República, eu tenho limites. O prefeito não manda na cidade, tem limites. Assim é dentro de cada Poder. Ninguém manda na República, a não ser o nosso povo e a vontade desse povo se fará presente após as eleições em toda a sua plenitude."

Recentemente, Bolsonaro criticou duas decisões dadas pelo plenário do STF. A primeiro, a qual chamou de “interferência”, refere-se à suspensão do piso nacional da enfermagem.

No meu entender é uma interferência, mais uma interferência do Supremo Tribunal Federal no dia a dia. Não tem nada a ver com finalidade essa questão. Mais uma vez o Supremo interfere prejudicando em torno de 2 milhões de profissionais de saúde, afirmou em live na semana passada.

A segunda decisão criticada foi a que manteve a decisão do ministro Edson Fachin de suspender trechos de decretos que facilitavam a compra e porte de armas. Nesta quinta-feira, em entrevista ao apresentador Sikêra Jr., Bolsonaro afirmou que a Corte “interfere demais” e “atrapalha, e muito” as políticas do governo.

"Não tem relação. Tem dois ministros que eu indiquei pra lá, me dou muito bem com eles, não interfiro no voto deles, mas a maioria que está lá é radicalmente contra as ações do governo, interferem em tudo, até questão que não tem nada a ver com eles, eles interferem o tempo todo.

A última agora foi a questão das armas. Isso é privativo, se tem um decreto que extrapolou depende do Congresso anular ou não aquele decreto. E não o STF. O STF pode até anular uma lei, revogar um dispositivo, mas decreto, algo que vai regulamentar, não. Interfere demais e atrapalha e muito o destino da nossa noção."

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