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Política

Bolsonaro terá que escolher desmoralização ou impeachment, avalia Kassab

O PSD vai criar uma comissão de acompanhamento do impeachment do presidente

Gilberto KassabGilberto Kassab - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 Para Gilberto Kassab, presidente do PSD, Jair Bolsonaro construiu uma armadilha para si próprio com o discurso golpista que proferiu na avenida Paulista para seus apoiadores nesta terça-feira (7).

Ao dizer que não cumprirá mais determinações do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, o presidente restringiu seu futuro político a duas alternativas, avalia Kassab: o impeachment ou a desmoralização.

"Se cumprir o que assumiu em público, de não respeitar as instituições, vai consolidar as condições para o impeachment. Se não avançar nos seus compromissos, ficará desmoralizado. É uma sinuca de bico, na qual ele se colocou", afirma o ex-prefeito de São Paulo.


"Se partir para o rompimento com as instituições, cria o ambiente para o impeachment. Se não avançar, foi um blefe e fica a desmoralização dele. Criou uma armadilha para ele mesmo", resume o ex-ministro.

O PSD vai criar uma comissão de acompanhamento do impeachment do presidente. A comissão terá como objetivo analisar continuamente os pronunciamentos e a conduta de Bolsonaro, com o objetivo de definir qual postura o PSD deverá tomar diante deles, que pode ser, ao fim, o apoio oficial ao pedido de impeachment do presidente.

Ela será composta, a princípio, pelo senador Nelsinho Trad, líder do PSD no Senado, Antonio Brito, líder do partido na Câmara, e Kassab.

Diante da elevação da temperatura, o dirigente partidário tem abandonado o discurso que vinha reiterando de que o instrumento do impeachment não pode ser banalizado no Brasil.

"Temos avaliações de alguns importantes juristas apontando que apenas as falas, as manifestações, seriam razões suficientes para justificar o processo. Vamos acompanhar a conduta do governo para determinar, ou não, a defesa e o apoio a um eventual processo de impeachment do presidente da República", completa Kassab.

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