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Bombeiro preso no RJ por financiar atos terroristas em Brasília já foi candidato a deputado federal

Roberto Henrique de Souza Júnior foi alvo de operação da PF na manhã desta segunda-feira em Campos dos Goytacazes; ex-candidato foi condenado a devolver R$ 4 mil por mau uso do fundo eleitoral

Roberto Henrique de Souza Júnior foi preso nesta segunda-feira (16)Roberto Henrique de Souza Júnior foi preso nesta segunda-feira (16) - Foto: Reprodução TSE/ Infoglobo

Preso por suspeita de organizar e financiar os atos terroristas que culminaram na depredação da sede dos Três Poderes no último dia 8, o subtenente do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro Roberto Henrique de Souza Júnior, de 52 anos, foi candidato a deputado federal nas eleições de 2018. À época, o bombeiro lotado em Guarus, no Norte Fluminense, disputou o pleito pelo Patriota, partido ligado à base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sob a alcunha de "Júnior Bombeiro". Nesta segunda-feira (16), ele foi preso em casa, em Campos dos Goytacazes.

Em agosto do ano passado, ele foi condenado pela Justiça Eleitoral por mau uso do fundo partidário. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Rio, o então candidato não prestou suas contas de campanha, motivo pelo qual foi obrigado a devolver R$ 4 mil.

Ao GLOBO, o Corpo de Bombeiros do Rio informou que acompanha de perto a Operação. De acordo com a corporação, Roberto Henrique de Souza Júnior será conduzido ainda hoje ao Grupamento Especial Prisional da (GEP), em São Cristóvão, onde ficará à disposição da Justiça.

O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro repudia veementemente quaisquer atos que ameacem o Estado Democrático de Direito. Será instaurado, ainda hoje, um Inquérito Policial Militar para apurar a participação do bombeiro da corporação em ataques contra o patrimônio público e em associações criminosas visando à incitação contra os poderes institucionais estabelecidos, o que é inadmissível, afirmou o secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do CBMERJ, coronel Leandro Monteiro.

Dos três mandados de prisão expedidos pela 7° Vara Criminal do Rio de Janeiro, a Polícia Federal conseguiu cumprir apenas o de Roberto, os outros dois supostos financiadores dos "atos que desencadearam a depredação dos prédios públicos e dos atentados contra as instituições democráticas" não foram localizados.

Também são cumpridos cinco mandados de busca e apreensão. A PF informou que aparelhos de telefone celular, computadores e documentos foram recolhidos em endereços ligados aos suspeitos.

De acordo com a PF, a investigação visava identificar as lideranças locais que bloquearam as rodovias que passam pelo município. Tratam-se das mesmas pessoas que organizaram manifestações em frente aos quartéis do Exército situados na cidade. Os suspeitos são investigados pelos crimes associação criminosa e incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais.

Ataques em Brasília
A invasão de manifestantes golpistas às sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto em 8 de janeiro deixou um rastro de destruição. Milhares de pessoas marcharam para a Praça dos Três Poderes e conseguiram entrar facilmente nos prédios públicos.

A ação foi planejada previamente e anunciada nas redes sociais, mas quase nada foi feito para evitá-la. Uma vez dentro dos palácios, os invasores contaram com a colaboração de agentes de segurança.

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