Logo Folha de Pernambuco

Eleições 2022

Braga Netto faz apelo para eleitores virarem votos "fora da bolha" em Minas, sua terra natal

Candidato a vice de Bolsonaro pediu esforço especial para o "mais simples", que, segundo ele, "não conseguem ver" a realidade

Braga NettoBraga Netto - Foto: Marcos Corrêa/PR

O candidato a vice na chapa de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), general Braga Netto (PL), pediu nesta quinta-feira (6) que empresários ajudassem a virar votos “fora da bolha”, especialmente das “pessoas mais simples”, que, segundo ele, “não conseguem ver” a realidade. Braga Netto participou de evento na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte.

-- Queria fazer um pedido só para vocês, por favor: que nos ajudassem, se realmente querem nos ajudar, e veem que é um governo que está dando certo e que tem que prosseguir, que nos ajudassem a falar para aqueles ‘fora da bolha’. Não adianta nós ficarmos pregando para convertidos. Nós precisamos da ajuda de vocês para falar para os mais simples. Porque ficam levando para os mais simples uma mensagem falsa: vou dar picanha, vou aumentar o salário por decreto... e vocês sabem que isso é impossível, não funciona assim. Isso gera uma falsa expectativa – afirmou Braga Netto para a plateia de empresários.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário de Bolsonaro na corrida pelo Palácio do Planalto, já afirmou em algumas ocasiões que o povo voltaria a comer picanha em um eventual governo petista, sinalizando para uma melhora na economia.

Lula também já prometeu que caso seja eleito reajustaria anualmente o salário mínimo por percentuais acima da inflação, ou seja, com ganho salarial. Os reajustes seriam feitos por decreto.

-- Pediria a vocês que nos ajudasse a levar para aqueles que são mais simples e não conseguem ver essa realidade essas informações que a mídia não nos ajuda a colocar a verdade – afirmou Braga Netto no evento desta quinta-feira.

Entre os convidados, além do presidente Jair Bolsonaro e de Braga Netto, o ministro Célio Faria (Secretaria de Governo), os governadores Romeu Zema (Novo-MG), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Claudio Castro (PL-RJ) e Antonio Denarium (PP-RR), e o pastor Silas Malafaia.

Braga Netto também reforçou que a pauta do governo é conservadora e que mineiros são “tradicionais”. O estado é considerado estratégico para a campanha por ser o segundo maior colégio eleitoral do país. Lula (PT) venceu em Minas Gerais com 48,29% dos votos no 1º turno, enquanto Bolsonaro teve 43,60%.

Para o segundo turno, Bolsonaro apostará nos palanques formados no Sudeste. Nesta semana, recebeu uma série de apoios, entre eles o do governador reeleito de Minas, Romeu Zema (Novo).

Bolsonaro afirmou que o apoio é "decisivo", lembrando que Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil e que, tradicionalmente, quem vence a eleição no estado também ganha nacionalmente.

— Esse apoio do governador Zema é muito bem-vindo. É o segundo estado que tem o maior colégio eleitoral do Brasil. É decisivo. Só quem ganha lá, diz a tradição, pode realmente chegar à Presidência da República — disse Bolsonaro.

Com apoio de Zema a Bolsonaro, a estratégia é poder converter em votos para o presidente os eleitores que votaram no governador e no Lula. Para isso, o mineiro participará das agendas de Bolsonaro no estado ao longo destas três semanas antes do segundo turno, principalmente no interior do estado, onde Zema tem mais força.

Há ainda a previsão de que o governador participe das propagandas de Bolsonaro na televisão, inclusive para tentar alcançar eleitores em outras regiões do país — a ideia para conseguir isso é apostar na gestão bem avaliada de Zema e ligá-la ao governo federal.

Embora Lula tenha ficado à frente do atual chefe do Planalto em Minas, a diferença entre os dois foi de 500 mil votos. Na avaliação do entorno de Zema, é possível atrair uma parte relevante desses eleitorais ao associar o ex-presidente com Pimentel, cuja gestão terminou com uma popularidade baixa.

O plano é colar a imagem de Lula ao governo Pimentel e divulgar que, com uma eventual eleição do petista, os problemas da gestão estadual do ex-governador vão voltar a acontecer — nos quatro anos que ficou à frente do Palácio Tiradentes, Pimentel suspendeu os repasses aos municípios e atrasou os pagamentos aos servidores públicos.

A votação de Zema em Minas foi maior do que a de Bolsonaro: o governador teve 56% dos votos, enquanto o presidente ficou com 43%.

Veja também

Quem é Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha de Lula que deve assumir a Comunicação do governo
GOVERNO FEDERAL

Quem é Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha de Lula que deve assumir a Comunicação do governo

Saída de Pimenta da Secom é a sétima troca na equipe ministerial de Lula; veja os nomes
GOVERNO FEDERAL

Saída de Pimenta da Secom é a sétima troca na equipe ministerial de Lula; veja os nomes

Newsletter