Branco em 2018, novo ministro das Comunicações 'virou' negro para as eleições do ano passado
Deputado federal Juscelino Filho (União Brasil) havia se declarado branco em 2014 e 2018; em 2022, trocou para pardo
O novo ministro das Comunicações de Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Juscelino Filho (União Brasil-MA), que tomou posse nesta segunda-feira (2), "virou" negro nas últimas eleições. Nos pleitos anteriores, em 2014 e 2018, Filho havia se declarado branco. Nas três disputas eleitorais em que participou, foi eleito.
O TSE aprovou, em 2020, que a distribuição dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão deveria ser proporcional ao total de candidatos negros que o partido apresentasse para a disputa eleitoral. No ano passado, foi instituída a Comissão de Promoção de Igualdade Racial, grupo responsável por elaborar estudos e projetos para ampliar a participação da população negra nas eleições.
Leia também
• "A menor das preocupações do povo brasileiro é onde está Bolsonaro", diz futuro ministro da Secom
• Lula descarta ir a velório de Pelé, diz futuro ministro da Secom
• Saiba quem é o novo ministro da Previdência, Carlos Lupi
Nas eleições do ano passado, a primeira depois dessas duas medidas, o número de candidatos negros superou o de brancos, o que representou 50,27% de pessoas, conforme dados divulgados pelo TSE. O ministro de Lula, no entanto, não foi o único a mudar a sua autodeclaração de cor nesse último pleito. Um em cada cinco candidatos à reeleição também o fizeram.
O ministro das Comunicações estava no seu segundo mandato como deputado federal e chegou a votar favoravelmente ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. Nascido em São Luís (MA), ele é médico e empresário.
O nome de Juscelino para o ministério nasceu de uma costura liderada pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), responsável pela indicação do partido para a pasta. Inicialmente, a pasta ficaria com o PSD da Câmara, que defendeu a indicação do deputado Pedro Paulo, que acabou rifado por petistas.