Brasil defende diálogo com Maduro, após suspensão de direitos políticos de opositores a Maduro
Diplomata afirma que governo trabalha para que eleições naquele país sejam' livres e transparentes'
O governo brasileiro mantém sua posição em defesa do diálogo com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, mesmo depois da suspensão dos direitos políticos de opositores, como Maria Corina Machado. Segundo explicou a secretária para assuntos de América Latina e Caribe do Itamaraty, Gisela Padovan, o foco é trabalhar para que, em 2024, as eleições naquele país sejam "livres e transparentes".
"Nossa posição é sempre de buscar dialogar com a Venezuela e com o governo venezuelano, e trabalhar para que ano que vem haja eleições livres e transparentes", disse Padovan.
Leia também
• Opositora venezuelana diz que inabilitação é 'bumerangue' para Maduro
• "Bitcoin" de Maduro, petro caminha para o desaparecimento na Venezuela
• "Conceito de democracia é relativo", diz Lula ao defender Maduro
No momento atual, Brasil e Venezuela retomam suas relações, congeladas nos últimos quatro anos, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A reabertura de embaixadas e consulados estão entre as primeiras medidas tomadas pelas autoridades dos dois países. desde janeiro.
A proximidade entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Maduro, porém, tem provocado críticas de líderes de países vizinhos, como Chile, Uruguai e Paraguai. No fim de maio, Lula disse que as acusações de que não há respeito aos direitos humanos na Venezuela é uma questão de "narrativa". Duas semanas depois, o presidente brasileiro, ao ser perguntado sobre democracia na nação vizinha, disse que o assunto era "relativo".
Nesta quinta-feira, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução condenando a inabilitação de opositores venezualanos. Chamou a suspensão dos direitos políticos de "arbitrária e inconstitucional".