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crise diplomática

Brasil denuncia Israel em Haia por "anexação ilegal e inaceitável" de territórios palestinos

Posicionamento na Corte Internacional de Justiça acontece em meio à crise diplomática entre os países após declaração de Lula equiparando ação em Gaza ao Holocausto

Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia, na HolandaCorte Internacional de Justiça, com sede em Haia, na Holanda - Foto: Ontheway Advice / Wikimedia Commons

A delegação brasileira denunciou nesta terça-feira a ocupação "ilegal e inaceitável" de territórios palestinos por Israel durante uma audiência na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, no âmbito de um processo anterior à guerra em Gaza que analisa a expansão de assentamentos israelenses na Cisjordânia.

A CIJ, autoridade judicial máxima das Nações Unidas, tem convocado diversos países para opinarem sobre a ocupação israelense em territórios palestinos — política impulsionada pelo governo do premier Benjamin Netanyahu. A ação é diferente do processo de genocídio movido pela África do Sul no mesmo tribunal sobre as supostas violações cometidas em Gaza.

Segundo a delegação brasileira, as ocupações são equiparáveis a uma anexação ilegal e não devem ser "normalizadas pela comunidade internacional".

— Israel deve colocar o fim da ocupação da Palestina — defendeu a delegação brasileira durante a audiência, alegando que o posicionamento da corte é essencial para que "todos saibam" as consequências legais de ações como a que estão sendo tomadas por Israel.

As duras críticas feitas pelo Itamaraty na CIJ acontecem em meio a uma grave crise diplomática entre Brasil e Israel, iniciada após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparar a ofensiva israelense em Gaza com o Holocausto. Na esteira das recentes declarações do mandatário brasileiro, o Itamaraty reforçou que as ações no enclave palestino em resposta ao ataque terrorista do Hamas são "desproporcionais e discriminatórias".

— A ocupação viola o direito do povo palestino por autodeterminação — afirmou a delegação brasileira.

Além do Brasil, outros 10 países também apresentaram seus argumentos na audiência desta terça-feira. Até 26 de fevereiro, outras 52 nações se posicionarão sobre o conflito, que se arrasta há décadas. A previsão é que o tribunal delibere sua decisão nos próximos meses.

Desde o início da guerra, em 7 de outubro, 29 mil palestinos e 1,2 mil israelenses morreram.

Apesar de ser o maior tribunal internacional para julgar conflitos entre Estados, a CIJ não pode fazer uso da força para que as suas decisões sejam cumpridas. O Conselho de Segurança da ONU, onde Israel conta com o apoio dos EUA, é o único órgão com tal atribuição.

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