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eleições 2022

Brasil se prepara para o último debate em momento-chave para a eleição

Datafolha publicará nova consulta de intenção de votos nesta quinta-feira (29); Lula e Bolsonaro disputam votos dos indecisos

Lula e Bolsonaro: candidatos à PresidênciaLula e Bolsonaro: candidatos à Presidência - Foto: Miguel Schincariol/AFP e Silvio Avila/AFP

Um dos momentos mais esperados da campanha presidencial, o último debate antes da eleição no domingo será nesta quinta-feira(29), com a disputa entre presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula pelos votos dos indecisos e a divulgação de uma aguardada pesquisa.

O candidato de ultradireita busca a reeleição contando principalmente com o voto de evangélicos e empresários, mas está atrás do ex-presidente de esquerda, que pode chegar ao poder pela terceira vez. 

Sem compromissos de campanha nesta quinta-feira, Lula, de 76 anos, e Bolsonaro, de 67, dedicaram o dia para se preparar para o tradicional debate da TV Globo, que costuma ser o mais visto antes das eleições. O confronto a partir das 22h32(horário de Brasília) é visto como a última grande oportunidade para conquistar votos, a três dias do primeiro turno. 

Segundo a mais recente pesquisa do Instituto Datafolha publicada na última quinta-feira, Luiz Inácio Lula da Silva tem 47% das intenções de voto frente a 33% de Bolsonaro. Considerando apenas os votos válidos (sem brancos e nulos), Lula reúne 50%, porcentagem mínima para obter uma vitória. Segundo a pesquisa, 86% do eleitorado já decidiu seu voto.

O Datafolha publicará uma nova consulta nesta quinta, antes do encontro. Será o segundo debate que reunirá Bolsonaro e Lula, além de outros cinco candidatos, após o primeiro em 28 de agosto.

"É o debate que pode mudar o cenário", disse à AFP uma fonte da campanha de Bolsonaro, candidato do Partido Liberal (PL). 

Apoiadores do presidente esperam que Bolsonaro adote um tom agressivo contra Lula, atacando-o pelos escândalos de corrupção revelados durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT) (2003-2016) e destaque valores conservadores como a rejeição ao aborto. 

Voto "útil"
Para Lula, que tenta voltar ao Palácio do Planalto depois de governar o país entre 2003 e 2010, um bom desempenho pode empurrá-lo para uma vitória no domingo.

"Estamos confiantes (para o debate), mas preparados para o segundo (turno)", disse uma fonte da campanha do PT, sob anonimato.

No primeiro debate, o ex-presidente foi criticado por evitar as acusações de corrupção e faltou a um encontro organizado por outra emissora no último sábado, do qual participaram Bolsonaro e outros candidatos.

Ele faz campanha pelo voto "útil" já no primeiro turno para tentar capturar votos de outros candidatos atrás nas pesquisas, como o de centro-esquerda Ciro Gomes (7% das intenções de voto) e a senadora Simone Tebet (5%). 

Lula conseguiu também o apoio de figuras alinhadas com a esquerda, como o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, relator do escândalo Mensalão durante o governo Lula. 

Além do Datafolha, outras consultas refletiram a possibilidade de o ex-presidente vencer no primeiro turno. Se nenhum dos candidatos alcançar a porcentagem de 50%, o segundo turno será em 30 de outubro. 

A pesquisa do Datafolha divulgada nesta quinta foi realizada com base em 6.800 entrevistas, número maior que o habitual. No sábado, o instituto divulgará uma nova consulta, realizada após o debate.

A campanha eleitoral no rádio e televisão terminará nesta quinta-feira. Eventos presenciais e distribição de material de campanha são permitidos até a noite de sábado, véspera da votação.   

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